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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Tal renovação nos recursos de hospedagem justifica que a afluência de forasteiros a Lambari tenha<br />

crescido de ano para ano na proporção de quarenta por cento (Casais, 1942b: 61-63).<br />

Como prejuízo para a consecução, no passado, de uma maior afluência de visitantes<br />

a Lambari, acrescenta, à falta de hospedagens, a escassa divulgação das curas<br />

surpreendentes que se obtiveram com os banhos carbo-gasosos, já que, de se ter feito a<br />

difusão desses resultados, Lambari teria igualado ou avantajado em fama mundial ao<br />

Balneário de Nauheim, na Alemanha, aonde se deslocaram “tantos americanos” (Casais,<br />

1942b: 73). No tocante aos diferenciais de Lambari, assinala, por um lado, que todos os<br />

esportes, e recalca que são “todos”, se podem exercitar na cidade, “localidade provida dos<br />

meios e recursos a esse fim necessários”, especialmente para os esportes náuticos devido ao<br />

grande lago e à piscina que há no município 482 , além de se poder desfrutar de passeios e<br />

excursões por paragens excepcionais (“Dizem lá, e sabem prová-lo, que o veranista, sem<br />

fugir às excursões habituais, pode fazer uma diferente em cada dia do mês” Casais, 1942b:<br />

65). Por outro, assinala que, nos salões do Cassino, “ilustres personagens da<br />

intelectualidade brasileira” oferecem aos veranistas programas de divulgação cultural<br />

difíceis de encontrar fora de Lambari. Assim como fizera com a comercialização das águas<br />

minerais de Cambuquira, Casais opina sobre as da Lambari, mas, desta vez, não critica a<br />

escassa exploração comercial das águas engarrafadas, porque sim existia essa venda, senão<br />

a escassa e errada publicidade que se fazia delas, a qual impedia uma maior exportação:<br />

A exportação da água de Lambari aumenta de ano para ano e muito maior seria se se fizesse uma<br />

propaganda intensa e criteriosa. A água de Lambari como água de mesa é muito agradável ao<br />

paladar. É bebida com prazer. Mas pouca gente sabe que, no próprio Parque das fontes, e em<br />

acondicionamentos especiais, se fabricam também com a água da fonte n.° 1, deliciosos guaraná e<br />

água tônica, produtos que, sobre serem refrigerantes, apresentam as virtudes da água medicinal<br />

(Casais, 1942b: 74).<br />

No capítulo São Lourenço – a estância moça –, ao narrar as suas impressões a<br />

respeito de São Lourenço, a seguinte estação hidro-mineral, Casais, mediante os seus<br />

482 O gosto de Casais por explicitar até os mínimos detalhes o seu parecer sobre o que observa patenteia-se<br />

nas suas menções às características da piscina de Lambari. Dela diz que foi “elegantemente traçada afastandose<br />

(oh nota de bom gosto!) das usuais linhas simétricas, retangulares, e dos vulgares azulejos que tanto as<br />

fazem assemelhar-se a grandes banheiras de hotel” (Casais, 1942b: 68) e que a sua proximidade ao lago<br />

permite a renovação da sua água garantindo-se, assim, a higiene: “A proximidade do Lago permite que a<br />

referida piscina, que mede 4.212 metros quadrados, tendo 4 de profundidade, se alimente com água daquele<br />

imenso reservatório numa constante renovação, sistema privilegiado que põe estes banhos públicos ao abrigo<br />

de qualquer enfermidade contagiosa” (Casais, 1942b: 69).<br />

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