26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Sob tal aspecto, não podemos esquecer os trabalhos de Sílvio Júlio, nitidamente americanista, como<br />

o de Saul de Navarro e José Pérez, em seus estudos sobre Cervantes e “Don Quixote de la Mancha”<br />

(Sánchez-Sáez, 1942: 43-44).<br />

Na exposição que Sánchez-Sáez faz acerca da sua visão quanto à produção dos<br />

hispanistas brasileiros sobre a literatura em língua espanhola percebe-se a precariedade em<br />

que se encontravam esses estudos na década de 1930. Todavia, o próprio Sánchez-Sáez não<br />

repara, ou simplesmente obvia, alguns autores e algumas obras da literatura em língua<br />

espanhola que tiveram considerável repercussão no Brasil. Assim, ao tratar de Villaespesa<br />

ignora a sua estadia no Rio de Janeiro, os seus poemas brasileiros e os seus trabalhos de<br />

tradução; o mesmo acontece ao se referir a Juan Valera, do qual não menciona os anos que<br />

passara no Rio nem os elementos repertoriais brasileiros de Gênio y figura, embora cite<br />

esse título. Frisa, contudo, o “grande número de admiradores” que teve a obra de Blasco<br />

Ibáñez no Brasil e dedica um capítulo – A supervivência de García Lorca – a sublinhar a<br />

pertinência dos estudos de Edgard Cavalheiro, de Euryalo Cannabrava e de Diego Pires de<br />

Campos sobre García Lorca, sobre quem ele pontifica: “O que o poeta se propôs foi dar<br />

universalidade à sua terra e sua raça, mas com a realização cabal de um mundo novo, em<br />

imagens e forma. E isso ele conseguiu de maneira perfeita” (Sánchez-Sáez, 1942: 236).<br />

No capítulo Pintores e Expositores – Um mestre da arquitetura, Pinto do Carmo faz<br />

uma relação de artistas plásticos naturais da Espanha que residiram no Brasil produzindo,<br />

no Brasil, parte da sua obra 415 . Nessa relação acrescenta um arquiteto, o sevilhano Adolfo<br />

415 Mais de duas décadas depois do estudo publicado por Pinto do Carmo, José Roberto Teixeira Leite (1996)<br />

propôs-se desenvolver uma pesquisa com a mesma finalidade, isto é, sopesar a projeção da obra de arquitetos,<br />

engenheiros e artistas plásticos espanhóis residentes no Brasil. Teixeira Leite lamentava-se da falta de uma<br />

bibliografia ao respeito, pois manifestou que ele só conhecia o trabalho pioneiro de Aracy Amaral sobre A<br />

Hispanidade em São Paulo, publicado em 1981. De fato, ele parece desconhecer a investigação de Pinto do<br />

Carmo. Na introdução do seu livro Pintores espanhóis no Brasil, Teixeira Leite (1996: 5) expressa que “Na<br />

verdade, ainda está por ser escrito o livro onde se estude a presença ou influência da arquitetura e da arte<br />

espanholas no Brasil, e se faça inteira justiça ao elevado número de arquitetos, escultores, pintores e artífices<br />

espanhóis que, desde o Século do Descobrimento aos nossos dias, atravessaram o Atlântico ou as Tordesilhas<br />

para, com seu trabalho e talento, virem contribuir para a maior riqueza da arte brasileira”. Ele, no entanto, não<br />

faz uma análise geral sobre essa “presença ou influência”. Embora na introdução do livro faça um breve<br />

histórico dessa “presença ou influência”, mencionando alguns dos padres espanhóis que atuaram no Brasil,<br />

durante a União Ibérica, como pintores, escultores, engenheiros ou arquitetos, as biobibliografias contidas no<br />

livro referem-se a pintores dos séculos XIX e XX é só destaca, como arquitetos do período por ele recortado,<br />

Adolfo Morales de los Rios, “autor, entre tantos outros, do projeto da Escola Nacional de Belas Artes no Rio<br />

de Janeiro, de começos do século”, e Carlos Moya, “arquiteto que participou da Semana de 1922 em São<br />

Paulo”. A introdução que ele faz no seu livro tem duas páginas que sobretudo funcionam como justificativa<br />

do produto, que contou com o “apóio cultural” de Columbia, sistema integrado de logística, de Ifer<br />

Estamparia e ferramentaria LTDA “fundada no Brasil, na cidade de São Paulo, em fevereiro de 1962, pelo<br />

imigrante espanhol, das Astúrias, Ceferino Fernandez Garcia”, o Grupo Cabanelas “fundado no Brasil pelo<br />

588

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!