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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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de vícios e ódios contraídos em país estrangeiro, e, praticamente, sem contactos revolucionários em<br />

Portugal, para ações de outra espécie.<br />

Confirmo que o M.N.I. não está representado no DRIL. Confirmo que mais de uma vez com o senhor<br />

Secretário Geral [Henrique Galvão] consertei para estarmos fora dele, excepto na parte de<br />

solidariedade humana. Esta, aliás, está virtualmente resolvida depois das declarações assinadas em<br />

jornal, nas quais vexaram o Secretário Geral e disseram que eu me preparava para implantar “um<br />

salazarismo sem Salazar”, com uma falta de respeito e dignidade inqualificáveis. O facto de ter<br />

aparecido inesperadamente um comunicado do DRIL nos jornais, sob a assinatura do Sr. Capitão<br />

Henrique Galvão e do espanhol que usa o nome de “Souto Maior” – posteriormente ao arranjo<br />

referido, não invalida a minha confirmação. Nesta se devem basear autoridades e entidades do M.N.I.<br />

Ainda hoje não sei bem o que é o DRIL, mas certamente não é o que poderia deduzir-se de<br />

declarações feitas no Recife, segundo as quais aquela organização contaria com 2.500 comandos<br />

suicidas. Se os há, do que duvido fortemente, serão espanhóis. Aliás, era tempo de o DRIL passar a<br />

chamar-se DREL (Diretório Revolucionário Espanhol de Libertação), pois Ibérico parece submeterse<br />

Portugal e Espanha (Carvalhal, 1986: 265-66).<br />

Há que ter em conta que durante a sua estadia na Venezuela (9 de outubro de 1948-<br />

20 de janeiro de 1961), Velo, por um lado, chegara a ser presidente, em 1956, da associação<br />

galega a que pertencia em Caracas, o Lar Galego, ao qual representou no Primeiro<br />

Congreso da Emigración Galega, celebrado em Buenos Aires, entre o 24 e o 31 de julho<br />

desse ano 316 . Em A inexistência da terra firme, Elena Pájaro Peres, baseando-se em um<br />

316 Ao Primeiro Congreso da Emigración, acontecido na capital argentina do 24 ao 31 de julho de 1956,<br />

assistiram 134 representantes de 60 instituições galegas fundadas na Argentina, Uruguai, Brasil, Chile,<br />

México, Cuba, Venezuela e Estados Unidos. No Manifesto, temario, regulamento publicado pela Comisión<br />

orgaizadora do congresso, comissão presidida por Manoel Ponte, destacava-se que o congresso se realizava<br />

no centenário do Banquete de Conxo. Nessa publicação frisava-se um dos traços distintivos da diáspora<br />

galega na América era a integração, embora não a diluição, dos imigrantes galegos na sociedade receptora.<br />

Assinalava-se que a imigração galega projetava na sociedade receptora os valores positivos do acervo cultural<br />

inerente à identidade galega, servindo, assim, de elo entre dois países. Eis esse enunciado: “Esas moitedumes<br />

emigrantes non s’esfarelaron nas terras alleas, non se disolveron no novo ambente perdendo a sua<br />

persoalidade. Pol-a contra, ao tempo que axudaban a forxar e soerguer os novos pobos da América, gardaban<br />

moito das suas propias caraiterísticas coleitivas, mantiñan o contaito antre sí, sentíanse comunidade. Non<br />

certamente – e felismente – como corpos estranos e arredados dentro do orgaismo nacional en que vivían,<br />

mais sí como elementos integrantes da sociedade á que aportaban seu legado de carauter, cultura, esprito e<br />

laboriosidade. D’outra banda, estas coleitividades galegas teñen servido de vencello antre a vella Terra nai e a<br />

nova terra adoptiva comprindo así función de irmandade e coñecimento antre dous países lonxanos. [...] Para<br />

botar man d’unha comparanza biolóxica poderíase decir que as coleitividades galegas na América son<br />

inxertos e non quistes. Dan e receben, en armónica simbiosis, sin perder a sua persoalidade mais sen<br />

convertírense en corpos estranhos e, por iso, molestos e ainda perturbadores. Certo que n’outras comunidades<br />

de emigrantes danse tamén caraiterísticas semellantes: mais cicais en ningunha como nas galegas se dea ese<br />

punto xusto de equilibrio antre o propio e o alleo, ou mellor antre o orixinario e o adoptivo” (Primeiro<br />

Congreso da Emigración Galega, 1956). O congresso objetivava que os representantes de todas, ou das mais<br />

importantes, comunidades galegas da América, criassem uma estrutura desde a qual se pudesse, por um lado,<br />

realizar uma análise global – um eisame de concencia coleitivo – da emigração galega e, por outro, programar<br />

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