26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

empenhara, ou foram projetos individuais dele, ou contaram com pouca participação de<br />

outros galegos. Interessa-nos, pois, compreender as causas que marcaram um modo de agir<br />

diferente no exílio de Velo em São Paulo se comparado com o de Caracas.<br />

Os estudos mais completos sobre o pensamento e a biografia de José Velo<br />

Mosquera são Pepe Velo, pensador, soñador, e mestre revolucionário, de Antonio Piñeiro<br />

(2000), e Pirates de la llibertat, de Xavier Montanyà (2004). Interessou-nos o<br />

acompanhamento da trajetória de José Velo em São Paulo, tanto no relativo à obra que<br />

produziu e às atividades culturais e políticas que protagonizou ou em que participou 318 ,<br />

quanto em relação ao seu relacionamento com os imigrantes galegos residentes nessa<br />

cidade. Consideramos que esses dois itens são a lacuna das reconstruções biográficas do<br />

galeguista. Foram, logo, do nosso interesse as razões pelas quais se dissolveu o DRIL, os<br />

motivos que afastaram Velo das organizações políticas republicanas dos espanhóis em São<br />

Paulo e a causa da ausência de empatia, e de entrosamento, entre os imigrantes espanhóis e<br />

Velo, que derivaram na pouca participação deste nos clubes dos imigrantes espanhóis.<br />

Xavier Montanyà interpreta, como se segue, a rápida dissolução do DRIL dois meses após<br />

o aportamento no Recife do Santa Maria:<br />

El DRIL inenta reorientar-se i prosseguir la seva activitat política, però la situació no és fàcil: gairebé<br />

no tenen recursos, i els espien molt de prop. Aviat sorgiran serioses diferències entre ells, que en<br />

pocs mesos provocaran el desmembrament progressiu i l’extinció definitiva del moviment. Els<br />

motius són fàcilment imaginables: al DRIL no hi ha una unitat ideològica ortodoxa, com en els<br />

Teatro Municipal de Caracas, na tentativa de reativar GALEUZCA. O encontro presidido por José Antonio<br />

Aguirre (pelos Vascos) e Carlos Pi Suner (pelos Catalães) contou com a presença de representantes da<br />

maioria das organizações políticas venezuelanas. Apesar, como diria Velo, da Galiza não presidir nada é<br />

convidado a falar em nome dos galegos. Aqui também o seu discurso levanta a platéia dos assentos. A<br />

reunião, no entanto, tem pouca ou quase nenhuma conseqüência prática” (Velo, 1996: 7).<br />

318 Entre 1932 e 1936, nos seus anos de militância galeguista antes da Guerra Civil, Pepe Velo publicou<br />

alguns poemas e algumas declarações políticas em periódicos do movimento galeguista. Antonio Piñeiro<br />

(2000: 32) informa que Xosé Velo publicou em 1935 o seu primeiro poema, intitulado Alciprés, na revista<br />

Nós. Esse pesquisador (Piñeiro, 2000: 34) também localizou um texto político de Velo – a convocação da III<br />

Asamblea da Federación das Mocedades Galeguistas – no boletim intitulado Guieiro dessa Federação, datado<br />

aos 15 de abril de 1936. Desse mesmo ano é também o projeto da elaboração, junto a Celso Emilio Ferreiro,<br />

de um dossiê de poemas sob o título Cartafol de poesia. O projeto consistia na entrega a subscritores de uns<br />

200 poemas, a modo de fascículos, que se guardavam em um dossiê, mas só se chegou a enviar menos de uma<br />

dúzia de composições. Na pasta informava-se aos receptores: “Lémbrese de conservar iste cartafol, pra ir<br />

coleicionando poemas que, en follas soltas, irá recibindo”. Consultamos o Cartafol de poesia na Biblioteca<br />

Fermín Penzol, o qual continha só dois poemas, um de Celso Emilio Ferreiro, Coñezo ben tuas bágoas, e<br />

outro, neotrovadoresco, de Xosé Velo: “Saín cazar meu luceiro/ pol-a meia noite enriba/ Ai miña amiga!/ Saín<br />

cazar meu luceiro/ e non o tiña/ Ti andabas pol-a noite/ com-unha arela perdida/ e tíñate/ Ti andabas pol-a<br />

noite/ Ai miña vida!/ Cando te atopei andaba/ a caza do meu luceiro/ e... non o tiña”.<br />

446

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!