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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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singularmente en la necesidad que tiene el brasileño de luchar a brazo partido con la<br />

naturaleza” (Bernárdez, 1908: 17).<br />

Depois de Santos, Bernárdez, no Araguaya, dirigiu-se ao Rio de Janeiro. Na<br />

descrição da baía de Guanabara, cuja visita considera imperdível, Bernárdez insere um<br />

dado seu biográfico. Esse dado aponta veladamente ao momento em que ele fora levado por<br />

seus pais à imigração no Uruguai. Na crônica, comenta que ele vira, por primeira vez, a<br />

baía de Guanabara sendo criança. É claro que Bernárdez não menciona a sua origem<br />

galega, nem explica por que ele, aos cinco anos, estivera no Rio. O leitor há de adivinhar<br />

que essa estadia não se devera nem a uma viagem de lazer nem a uma viagem de estudos,<br />

senão, simplesmente, a uma breve escala do navio que transportava a sua família, da<br />

Galiza, a um destino onde eles se converteriam em imigrantes. Bernárdez só informa que,<br />

da sua primeira passagem pelo Rio, lembrava das lanchas que sulcavam a baía, dos negros<br />

e do Pão de Açúcar:<br />

Yo la vi cuando tenía cinco años y no incurro en la puerilidad de decir que me quedó grabada –<br />

apenas si allá en la distante lejanía de la primera infancia, la impresión de algo grandioso persistiría,<br />

entre brumas quiméricas. En verdad, lo que más claro recordaba, eran los rápidos vaporcitos que<br />

cruzaban la bahía, y una multitud de negros, con los torsos desnudos y relucientes brillando al sol,<br />

que tripulando canoas vendían naranjas, cocos, bananas y papagayos, cuyo vivo plumaje y estridente<br />

algarabía nos tenía alborotados a los chicos de a bordo, preocupándonos bastante más que el<br />

panorama (Bernárdez, 1908: 25).<br />

Passados quase quarenta anos, ao volver à baía, Bernárdez (1908: 26), embora<br />

acredite que a paisagem continuava a mesma, percebe claros sinais de progresso, por um<br />

lado, nas mudanças da fachada marítima da urbe e, por outro, no aumento de vapores e na<br />

desaparição das canoas dos negros 425 . Diz ele:<br />

425 Ao longo da obra, Bernárdez teima em outorgar uma função irrelevante à participação dos negros na<br />

formação étnica do Brasil. Não considera os negros uma lacra porque, em primeiro lugar, durante a sua visita,<br />

verificara que a presença negra no Brasil estava se dissolvendo e ele acreditava que os remanescentes dela<br />

eram quase imperceptíveis e acabariam desaparecendo. E porque, em segundo lugar, achava que, durante os<br />

séculos em que os contingentes africanos foram notórios, não influenciaram a cultura brasileira nem se<br />

miscigenaram com a população branca e indígena. A presença negra é interpretada por Bernández (1908: 178)<br />

como um incidente na história do Brasil; no entanto, ele valoriza a incorporação dos índios ao processo de<br />

formação do povo brasileiro: “El negro, en el dibujo del mapa étnico del Brasil, no puede figurar sino más<br />

bien como un borde: fue un hecho adventicio, a lo largo de los litorales, que halló siempre impermeable a la<br />

población, desdeñosa en su rango superior, despreciando al esclavo y mirando la mezcla con él como un<br />

estigma. Por esto fue limitada – y en consecuencia, cortado el lazo material de la esclavitud, el negro tiende a<br />

desaparecer, porque no pude transfundirse y aclimatar la semilla. En cambio la tribu, la raza indiana, penetró<br />

considerablemente en la masa – y el Brasil, como los pueblos del Plata, no tiene sino que complacerse en esta<br />

circunstancia feliz de su formación etnográfica. Era el indio el señor de la tierra, altivo y fiero, noble, sobrio,<br />

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