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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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esquerdas 489 . Dentro da intelectualidade da direita, a solução dos problemas da Espanha<br />

passava por recuperar e atualizar as referências do passado católico e imperial e, nos<br />

intelectuais da esquerda, do racionalismo e em democracia, aproximar a Espanha à<br />

vanguarda das nações modernas. Segundo o autor, os primeiros “veneram o P. Suárez” e os<br />

segundo “extasiam-se com Kant”:<br />

Aqueles quereriam a nossa juventude nas velhas universidades – Santiago, Salamanca, Alcalá... –<br />

vivendo austeramente uma vida de meditação sobre os grandes filósofos do tomismo, e estes a<br />

desejam investigando em ultramodernos arranha-céus, com o microscópio de um lado e do outro a<br />

raquete de tênis, para alegrá-la e fortalecê-la nas horas de repouso (Las Casas, 1937a: 152).<br />

Na sua opinião, todos os integrantes desses dois blocos cometiam o grave erro de<br />

acreditar que a Espanha era um todo homogêneo e que todos os espanhóis respondiam a um<br />

mesmo perfil. Ele expõe que, com freqüência, a asseveração de que há diferenças entre os<br />

espanhóis derivadas da sua nacionalidade foi julgado como um delito de lesa pátria e que,<br />

inclusive, autores como Salvador de Madariaga, Eugenio d’Ors, Ortega y Gasset e José<br />

Antonio Primo de Rivera, apesar de terem abordado a problemática da unidade e de<br />

diversidade da Espanha, não a entenderam plenamente 490 . Ele acredita que a obsessão de<br />

tentar impor a catalães, galegos, andaluzes, bascos e castelhanos – os “cinco grandes<br />

núcleos” – uma mesma lei, uma mesma preocupação, um mesmo desejo, um mesmo idioma<br />

e um mesmo hábito era uma equivocação que impedia encontrar uma solução ao problema<br />

das Espanhas, pois “Cada um tem a sua história, o seu perfil geográfico, a sua maneira de<br />

falar, o seu direito consuetudinário, a sua indumentária, a sua cozinha, a sua maneira de<br />

rezar e de cantar” (Las Casas, 1937a: 157). Assim se tratando, na interpretação do autor, os<br />

problemas são diferentes para cada uma dessas nacionalidades. Las Casas assinala que a<br />

produção artística distingue entre si esses núcleos e que os seus habitantes têm psicologias<br />

às vezes divergentes, embora haja entre todos os espanhóis traços comuns: “loquacidade,<br />

arrogância, sentido romântico da vida, tara individualista, despreocupação econômica,<br />

hipersensibilidade amorosa, rudeza...” (Las Casas, 1937a: 158). Para a compreensão da<br />

489 Las Casas (1937a: 151) considera Donoso Cortés, Ceferino González, Menéndez Pelayo y Bonilla<br />

Sanmartín sucessores dos estudos filosóficos de Jaime Balmes. Na órbita do krausismo introduzido na<br />

Espanha por Julián Sanz del Río, situa a Fernando de Castro, Gumersindo Azcárate, Joaquín Costa e<br />

Francisco Giner de los Rios (Las Casas, 1937a: 152).<br />

490 Sobre eles afirma: “Madariaga atreveu-se a falar da nossa diversidade, Eugenio d’Ors arranhou no<br />

problema das autonomias, Ortega Gasset meditou sobre a agonia das províncias, José Antonio Primo de<br />

Rivera teve a coragem de afirmar que a Espanha é ‘uma e plural’, mas não os entenderam ou não quiseram<br />

entendê-los” (Las Casas, 1937a: 155).<br />

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