26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ano fundou-se a Casa de Galicia. Esta, no entanto, foi desmantelada no ano seguinte,<br />

também por não satisfazer a normativa brasileira para as associações de estrangeiros 53 . De<br />

todas as formas, o autor acredita que essa nova agremiação, através das suas festas e das<br />

suas “características sociais”, já começara a demonstrar que acabaria seguindo a linha<br />

“españoleira” do pretérito Centro Galego.<br />

Balboa interpreta que as dificuldades para que a coletividade imigrante galega se<br />

organizasse em uma agremiação em que se valorizassem e se mostrassem traços da<br />

identidade galega radicavam em quatro motivos. Estes eram a alienação, a não renovação<br />

da colônia galega, a circunstância do meio brasileiro e o gosto dos galegos pelas<br />

representações do espanholismo. O autor do artigo expõe que a alienação se devia à<br />

confusão patriótica provocada na mentalidade dos galegos residentes no Rio pelos<br />

“meseteiros”, que os convenceram de que os interesses da Espanha deviam prevalecer<br />

sobre os da Galiza, “como si Galicia non fose España”. Em relação à falta de renovação na<br />

colônia galega no final da década de 1940, ele explica que:<br />

cuase suspensa a imigración de Galicia para este país hai máis de dez anos a colonia galega non se<br />

renova desde entón e os poucos elementos dirixentes radicados van escaseando cada vez máis por<br />

morte, cansancio e envellecimento, sendo, os pouquísimos que quedan disponíveis chamados a<br />

actuar permanentemente.<br />

Balboa censura-se e não esclarece quais são as “certas condicións do medio<br />

ambiente” que faziam com que os imigrantes galegos no Rio se alheassem da identidade da<br />

Galiza, mas ele ensaiou uma argumentação para explicar a dissolução identitária dos<br />

galegos no Brasil se comparados que os seus conterrâneos imigrantes na América. Eis:<br />

Así como nas repúblicas hispano-americanas a voz “gallego” serve para designar a todo español, no<br />

Brasil particulariza simplemente ao portugués, perdendo o fillo de Galicia sua denominación<br />

xenérica para ser, sinxelamente coñecido como “español”, e como tal, ben estimado, tanto pelas súas<br />

meritorias condicións de traballador honrado como, ainda, por ser súbdito de España; e para o<br />

brasileiro común desa España de pandeireta, que él admira no taboado de cualquer cabaret<br />

aplaudindo a cualquer “graciosa” tonadilleira. Pois ben, muitos dos galegos daqui participan, en<br />

53 A Casa de Galicia consolidou-se no início da década de 1950. Na página web da Casa de España do Rio de<br />

Janeiro (Disponível em: , acesso em: 11 jun. 2009) consta o seguinte<br />

histórico da associação: “A Casa de España de Rio de Janeiro, fundada em 27 de março de 1983, nesta cidade<br />

do Rio de Janeiro, onde tem sede e foro, é resultante da fusão entre o clube espanhol de Rio de Janeiro,<br />

fundado em 25 de junho de 1951 com o nome de Centro Espanhol de Rio de Janeiro, e Casa de Galicia,<br />

fundada no dia 24 de maio de 1947, e é uma sociedade civil, sem fins lucrativos”.<br />

64

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!