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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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epublica (a solução dos problemas na Companhia Telefônica, a depuração de<br />

responsabilidades no regime republicano, as negociações com o governo da Catalunha, a<br />

substituição dos comandos militares e a conseqüente reorganização do exército, a reforma<br />

agrária). Logo de serem assinalados os erros nada se fez para os emendar, com o qual se<br />

propagou o desalento e justificaram-se o protesto e o rancor. Nesse sentido, Las Casas cita<br />

a Ortega y Gasset para expressar que a república adquirira um perfil árido e triste.<br />

Inclusive, assevera que “A república de fato é o regime mais grosseiro que qualquer<br />

espanhol podia imaginar” (Las Casas, 1937a: 207), pois todas as medidas tomadas pelo<br />

poder público, ocupado por homens acovardados, ou foram decididas sob a pressão de<br />

ameaças, ou foram reações violentas tomadas pela autoridade ressentida, ou consistiram em<br />

reformas parciais e tímidas que não solucionaram os problemas, decepcionando os<br />

demandadores de mudanças e irritando, mas não submetendo, os afetados pelas reformas<br />

cuja reação, porém, foi provocada 491 .<br />

O autor acredita que os dois segmentos mais decepcionados foram o dos<br />

autonomistas e o dos estudantes, pois ambos eram as forças mais poderosas que<br />

propiciaram a república. Com os primeiros fizera-se o compromisso, mediante o Pacto de<br />

São Sebastião, de que a república propiciaria a orientação confederada do Estado que<br />

permitiria a organização administrativa da Espanha, a diminuição do arbítrio dos<br />

governadores, o ensino da língua materna na educação básica e a co-oficialidade de<br />

idiomas, e o ensino da história, geografia e literatura do país. Ao respeito pondera Las<br />

Casas (1937a: 204-05):<br />

Estes direitos só se concederam à Catalunha, e por medo; a Galiza e as Vascongadas não inspiravam<br />

temor e ficaram sujeitas ao velho critério. O governo não agia por convicção, mas rendendo-se às<br />

491 A covardia dos governos da II República é assim exemplificada por Las Casas (1937a: 208-09): “Em vez<br />

de afrontar séria e decididamente o problema religioso, perseguem os jesuítas, proíbem a saída de procissões e<br />

retiram as imagens religiosas da escola de onde, a partir de então, o ensino se torna um contínuo ato de<br />

desagravo; em vez de deixar o exército como estava ou fazer a sua reforma com decidida energia, resolvem o<br />

caso com uma lei de cortes que subleva noventa por cento da oficialidade e custa ao estado milhões de<br />

pesetas; em vez de rever o professorado, confirmando os que o merecem e despedindo os ignorantes que<br />

tinham entrado nele ninguém sabe como, submete-os ao controle dos sindicatos de estudantes (F.U.E. –<br />

Federação Universitária de Estudantes), provocando assim a revolta dos Claustros, sem vantagens para<br />

ninguém; em vez de solucionar com retidão e eqüidade o problema das autonomias, deixando-lhe abertas<br />

portas pelas quais a passagem é impossível, irritando os autonomistas pela burla e os centralistas pela<br />

transigência; em vez de resolver de uma vez para sempre o problema agrário – foros, “rabasamorta”,<br />

latifúndio, etc. – preferem transigir com o que o próprio camponês decida, ficando o proprietário de fato<br />

despojado e o lavrador escravo em direito, multiplicando os rancores a uns a outros. Covardia, sempre<br />

covardia, uma covardia infinita para abrir as janelas, quando todos sabem com que facilidade podem abrir-se<br />

e ainda com que unânime contentamento”.<br />

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