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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Do Recife, os comandos foram trasladados a uma chácara no município de São Vicente, no<br />

Estado de São Paulo. Foi então quando Pepe Velo escreve o prólogo para o livro do<br />

jornalista Hernán Muñoz Garrido.<br />

Todavia, já em abril de 1961 o DRIL considerava-se e era considerado dissolvido.<br />

Na correspondência recopilada em A verdade sobre Humberto Delgado no Brasil, de Luis<br />

Abreu de Almeida Carvalhal (1986), secretário da Associação General Humberto Delgado<br />

no Rio de Janeiro, entidade posteriormente renomeada Alma Lusa, há documentos muito<br />

válidos para compreender os desentendimentos entre a parte portuguesa e a parte galega do<br />

DRIL.<br />

Humberto Delgado, na qualidade de chefe exilado da oposição portuguesa, residiu<br />

durante quatro anos no Brasil, do 21 de abril de 1959 ao 10 de agosto de 1963, primeiro no<br />

Rio de Janeiro e, a partir de janeiro de 1960, também em São Paulo. Carvalhal auxiliou<br />

Humberto Delgado durante o tempo que ele permaneceu no Brasil, até que ele partiu a<br />

Marrocos. Diz Carvalhal que ele foi quem estabeleceu os primeiros contatos entre Delgado<br />

e Galvão; este, por sua vez, iniciara, em maio de 1959, o seu exílio americano em Buenos<br />

Aires. Entre a correspondência publicada por Carvalhal, há uma carta que a ele, como<br />

presidente da Associação General Humberto Delgado, remetera Galvão de Buenos Aires,<br />

aos 28 de junho de 1959. Nela mencionava os contatos que estava estabelecendo com<br />

“organizações democráticas espanholas” para, se fosse o caso, colaborar em um movimento<br />

de libertação peninsular. Nessa carta, Henrique Galvão escrevera:<br />

Precisamente para não perder tempo, e embora o meio político aqui, relativamente ao que se passa<br />

em Portugal, seja muito menos do que apático. Procurei fazer o possível para que este prazo de<br />

espera não ficasse completamente em branco. Assim, promovi a formação da A.G.H.D. [Associação<br />

General Humberto Delgado], juntando ela o pequeno grupo de portugueses que mantêm vivos os<br />

sentimentos da Pátria e da Liberdade, quase destruí os efeitos da propaganda de Salazar na<br />

Argentina, entrei em contato com as organizações democráticas espanholas para a hipótese de uma<br />

colaboração peninsular no movimento de libertação que interessa aos dois países, etc. Tudo<br />

atividades sem grande relevo, mas que, no entanto, têm pelo menos um interesse moral (Carvalhal,<br />

1986: 86-87).<br />

Em A verdade sobre Humberto Delgado no Brasil, Carvalhal (1986: 94-97) argüi<br />

que o Movimento Nacional Independente (M.N.I.) que apoiara em Portugal a candidatura<br />

do general à presidência da República teve uma fraca e efêmera existência no Brasil apesar<br />

das tentativas feitas por parte do general para que a sua implantação fosse efetiva. Nesse<br />

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