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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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aportaram em Santos entre 1910 e o primeiro semestre de 1914). Mas, para Revorêdo, o<br />

principal problema não é o traço iletrado dos imigrantes, senão a formação superior de<br />

alguns deles, tanto pela concorrência que os graduados estrangeiros exerciam contra os<br />

diplomados nacionais quanto pelas suas más influências perante os outros imigrantes,<br />

derivadas, estas, das atitudes identitárias orgulhosas que eles podiam exibir por ocuparem<br />

posições privilegiadas paralelas às da elite brasileira. Destarte, o bom imigrante, para<br />

Revorêdo, era o estrangeiro que, como peão, se dedicasse no Brasil à agricultura:<br />

A imigração limitada a agricultores não representa, porém, apenas uma medida de defesa para os<br />

nossos operários, expostos, que estão, a uma concorrência oriunda da maior capacidade técnica<br />

industrial do estrangeiro, não significa somente uma providência acauteladora de nosso organismo<br />

social contra a infestação de toda a sorte de parias, aventureiros e “scrocs” vindos de outros países.<br />

É, também, um discreto anteparo ao avanço dos elementos que ultimamente nos vêm sendo enviados<br />

por certos países [...].<br />

São esses “intelectuais infecundos” os médicos, bacharéis em direito, engenheiros e candidatos a<br />

empregos públicos, aos quais o escritor italiano Fiorentino, em depoimento largamente apreciado,<br />

concitava a emigrar para o estrangeiro, afim de resolver o seu excesso na Itália e para o fim de<br />

“impor italianidade” a esses Brasis...<br />

Contra esses elementos nos devemos precaver, porque, de um lado, vêm engravecer o nosso<br />

problema de assimilação do imigrante útil, com o que se poderia bem denominar o “imperialismo das<br />

elites”, e, de outro vêm aumentar nossa crescente pletora de portadores de diplomas.<br />

É essa sem dúvida, uma séria ameaça que pesa sobre nós, porque o fenômeno da pletora de<br />

universitários não é peculiar a esse ou aquele país – é geral (Revorêdo, 1934: 157-59).<br />

O autor lamenta, nesse sentido, o fraco contingente de agricultores que a imigração<br />

espanhola proporcionava ao Estado de São Paulo. Citando uma estimativa de 1933, feita<br />

pelo Departamento Estadual do Trabalho, frisa a “diminuta propensão atual para a vida<br />

agrária” (Revorêdo, 1934: 216) dos espanhóis. Nesse ano, dos 789 espanhóis chegados ao<br />

porto de Santos, só 112 se declararam agricultores. No Título III – O trabalhador nacional<br />

em face da immigração –, Revorêdo compara o trabalhador rural nacional com o<br />

estrangeiro e argüi que o primeiro, apesar das carências que ele sofre no atendimento<br />

sanitário e na instrução pública, não é inferior ao imigrante, salientando, no entanto, que um<br />

não concorria com o outro já que o Brasil precisa do trabalho e ambos. No último Título<br />

(Título IV – Os problemas da nacionalidade), em que define os conceitos assimilação,<br />

amalgamação e brasilização e propõe medidas para que esses processos aconteçam com os<br />

imigrantes, adverte que a assunção da nacionalidade brasileira por esses trabalhadores é o<br />

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