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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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de 1930, assumira a impressão de duas obras de grande sucesso, A Selva e Maria Benigna,<br />

dos portugueses Ferreira de Castro (1934) e Aquilino Ribeiro (1933), respectivamente. Na<br />

orelha de Angústia das nossas horas indicava-se que o autor já publicara Espanha; gênese<br />

da revolução, informava-se do preço (6.000 Rs.) e anunciava-se uma nova obra – Un día en<br />

el mundo (“Do mesmo autor, em breve”) – que acreditamos que também não se chegou a<br />

materializar.<br />

Angústia das nossas horas<br />

Assim como Espanha (Gênese da revolução) contém a visão de Las Casas sobre as<br />

causas da guerra civil espanhola, Angústia das nossas horas é a exposição do parecer do<br />

autor acerca de conceitos identitários e políticos. O curto prazo – sete meses – que separa a<br />

datação de cada uma das obras faz com que achemos que Las Casas decidira passar de um<br />

caso prático, a guerra na Espanha, à reflexão a respeito dos problemas que desembocaram<br />

no enfrentamento civil espanhol e que ameaçavam com fazer estourar uma conflagração<br />

mundial. Acreditamos, além do mais, que, a não ser que Las Casas já tivesse esboçado<br />

esses trabalhos antes da sua chegada ao Brasil, a redação de Angústia das nossas horas teve<br />

que ser imediata à entrega à editora de Espanha (Gênese da revolução). Nesse sentido,<br />

percebe-se a exposição, por parte de Las Casas, de um mesmo parecer ideológico, aplicado,<br />

na primeira obra publicada por ele no Brasil, ao caso concreto da Espanha e, na segunda, ao<br />

contexto internacional. De fato, Angústia das nossas horas combina o discurso didático<br />

próprio de um ensaio que visa divulgar, ou esclarecer, juízos em ciência política com o que<br />

parece ser o manifesto ideológico do autor.<br />

O livro, iniciado com uma citação de Metterlink (“Os homens, como as montanhas,<br />

só se unem pela parte mais baixa; os seus cumes, voam solitários para o infinito”) está<br />

dividido em sete capítulos. O primeiro intitula-se Pátria, nação e estado, e recolhe o<br />

pensamento do autor sobre os temas “pátria”, “nação”, “estado”, “raça”, “relações entre a<br />

nação e o estado” e “direitos e deveres de ‘a nação’”. Las Casas, apresentando-se como<br />

porta-voz da sua geração – uma geração que, até a sua juventude, não soubera “de outras<br />

guerras senão daquelas que estudamos nos livros escolares” – justifica esse capítulo como<br />

se segue:<br />

Quando se assinou o Pacto de Versalhes, já estávamos terminando os cursos universitários, e<br />

pudemos seguir, com interesse consciente e máximo, a resolução dos graves problemas que o novo<br />

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