26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Os imigrantes espanhóis em São Paulo e a sua historiografia<br />

Em 1993, a Consejería de Educación da Embaixada da Espanha no Brasil apoiou a<br />

edição da obra intitulada Sociedad Española de Socorros Mutuos, da autoria do imigrante<br />

espanhol Marcelino Merchán 284 , uma breve história do “Centro Espanhol-Sociedade<br />

Hispano-brasileira”, autorizada por essa associação, que parte da sua fundação, aos 13 de<br />

março de 1898.<br />

As relações que estabeleciam, entre si e com a sociedade paulista, os imigrantes<br />

espanhóis em São Paulo são a base argumental do romance Máquinas para o progresso,<br />

escrito pelo imigrante madrileno Mario García-Guillén (1975). Em Máquinas para o<br />

progresso, um autor onisciente aprecia a vida societária dos imigrantes, tanto a<br />

desenvolvida no âmbito das suas associações recreativas, quanto a própria dos<br />

entrosamentos entre camarilhas, ora reunidas em privativas festas seletas, ora vinculadas<br />

por empreendimentos econômicos, sobre cuja honestidade o autor levanta receios. O autor<br />

criado por García-Guillén valoriza sumariamente, como se segue, a história dos clubes<br />

espanhóis na capital paulista entre as décadas de 1950 e 1970:<br />

Muitos dos espanhóis ainda preferiam passar a noite de sábado e a tarde do domingo nos centros<br />

espanhóis, todos eles modestos, não podendo ser comparados com os de outras colônias; a libanesa, a<br />

hebraica, a italiana, por exemplo... Na verdade a época das casas regionais espanholas teve seu<br />

apogeu, atingindo, depois, inexoravelmente, como sempre acontece, seu declínio. Durante aqueles<br />

“bons tempos”, que Luís Carlos evocava às vezes, não haviam sabido preparar o terreno para poder<br />

suportar os anos difíceis que vêm depois de todo período de bonança. De fato, algumas casas<br />

regionais chegaram mesmo a desaparecer por completo; outras, tiveram que recorrer à associação (o<br />

que não deixou de ser um contraste curioso, pois o que não se conseguiu concretizar com a razão –<br />

de que “a união faz a força” – as dificuldades econômicas haviam conseguido) (García-Guillén,<br />

1975: 23).<br />

García-Guillén voltou a se referir aos clubes dos espanhóis na obra Viemos por<br />

nuestras aguas (García-Guillén, 2005a), uma história romanceada da imigração espanhola<br />

284 Com posterioridade à publicação de Sociedad Española de Socorros Mutuos, foi lançada a Antología de<br />

Poetas Españoles en la Emigración Paulista (1956-1995), dirigida por Marcelino Mechán, à qual não tivemos<br />

acesso. Consultamos, no entanto, uma outra obra de Merchán, anterior àquelas. Intitula-se Imágenes<br />

(Merchán, Guisasola, 1983), editada, em São Paulo, em 1983. Trata-se de um conjunto de breves contos da<br />

autoria de Merchán (nove contos) e de Consuelo Guisasola (outros nove contos) publicados com a finalidade<br />

de, mediante a sua venda, “potenciar los fines pro-ancianos de la Sociedad Beneficiente Rosalía de Castro”.<br />

Menos da metade deles estão ambientados no Brasil.<br />

391

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!