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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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o Rio de Janeiro 208 . Ambos os irmãos foram convocados como capitães pela Coroa<br />

espanhola para empreenderem, a bordo de uma expedição de duas caravelas com uma<br />

equipe de cerca de 80 marujos portugueses – quase todos embarcados a contragosto –, uma<br />

viagem exploratória de Lisboa à Terra do Fogo destinada a procurar uma passagem segura<br />

para os mares do Sul e a efetuar o reconhecimento do Estreito de Magalhães.<br />

Na relação dessa permanência no Rio de Janeiro comenta-se que foram<br />

encaminhados, mediante pagamento, alguns despachos para o rei da Espanha através de<br />

Gaspar Maciel e Juan Abaris Madris, dois senhores moradores de Viana que estavam de<br />

partida para a Europa em duas naus. Uma parte desses despachos tinha que ser entregue<br />

para D. Fernando Alvia de Castro, em Lisboa, e uma outra em Pontevedra, para ir na<br />

demanda do governador de “Bayona”, o licenciado Domingos Nunes de Araújo, quem<br />

trataria de encaminhá-la à Corte.<br />

A referência à cidade de Baiona na Relação da viagem dos irmãos Nodal não é a<br />

única do período colonial brasileiro. O poeta barroco da Bahia, Gregório de Matos e Guerra<br />

(Salvador, BA, 1636 – Recife, PE, 1696) – o primeiro a cantar o elemento brasileiro, o tipo<br />

local, e a usar, bastante pejorativamente, expressões da língua nativa e vocabulário africano<br />

– também alude a essa cidade das Rias Baixas galegas através de uma expressão<br />

fraseológica inserida em uns tercetos, de sua Satírica, intitulados Aos vícios: “Arda<br />

Bayona, e todo o mundo arda,/ Que a quem de profissão falta à/ verdade/ Nunca a dominga<br />

das verdades/ tarda”.<br />

Sobre o primeiro dos versos acima transcritos, o editor Massaud Moisés (2000), em<br />

nota ao poema, comenta simplesmente “Baiona: cidade marítima da Galiza”. Na edição<br />

crítica que realizou da poesia de Gregório de Matos, Segismundo Spina (1995) 209 indica ao<br />

208 Conhecemos esse relato pela edição, em língua portuguesa, preparada por França (2000: 28-33). Ele diz<br />

que houve duas edições prévias. A primeira – em língua espanhola – foi a de Correa (1621: folhas 4-12); a<br />

segunda – em Inglês – foi a de Markham (1911).<br />

209 O livro de Spina baseia-se em uma anterior antologia preparada por ele, ainda aluno nos cursos de letras da<br />

Faculdade, que fora publicada pela Editora Assunção, de São Paulo, em 1946, estabelecendo os textos a partir<br />

das obras completas dirigidas por Afrânio Peixoto (1923-33). Para o produto de 1995, Spina contou também<br />

com as obras completas preparadas por James Amado (1969). A partir de 1997, José Pereira da Silva, da<br />

Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), foi disponibilizando em sua página web (Disponível<br />

em:. Acesso em: 20 jun. 2009), mediante sucessivas<br />

apresentações, uma edição diplomática dos códices de Gregório de Matos que estão custodiados na Biblioteca<br />

Nacional do Rio de Janeiro.<br />

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