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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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elo-horizontinas e a notável implantação, desde os primeiros anos da história da cidade, de<br />

colégios pertencentes a ordens religiosas – colégio Imaculada Conceição, colégio Santo<br />

Agostinho 205 , as Escolas Pias, colégio São José, colégio São Miguel Arcanjo, colégio<br />

Loyola e o colégio Regina Pacis –. Como agentes da cultura, espanhóis ou descendentes de<br />

espanhóis, no livro dedicam-se páginas a biografar a Eduardo Frieiro, José Quiroga<br />

Carballada, ao próprio Valentín Bahillo Cuadrado, Castor Cartelle Guerra, Jorge Solivellas<br />

Perelló e Miguel González Arroyo. Do âmbito da cultura, Bahillo biografa os artistas<br />

plásticos Angel Carretero, Juan Antonio Iglesias, Carlos Carretero Genaro, Joseph Jordá<br />

Poblet e Juan José Pueyo Gracia. Bahillo conclui a sua obra destacando que o encerramento<br />

da emigração espanhola fez com que a colônia espanhola em Belo Horizonte tenha-se<br />

reduzido e envelhecido e aponta sutilmente a descontinuidade na conservação da<br />

idiossincrasia espanhola entre os progenitores espanhóis e seus descendentes, nascidos no<br />

Brasil e assimilados à identidade brasileira. Também sutilmente aponta que, em parte, essa<br />

quebra pode-se dever a que esses descendentes, cujos pais se esforçaram para lhes dar a<br />

formação técnica e a educação universitária à que eles não tiveram acesso, não reconhecem<br />

como próprios os gostos e os valores que têm seus pais e avôs. Conclui Bahillo:<br />

Gostaríamos, também, de sentir orgulho pelo orgulho que, eles, descendentes, deveriam sentir da sua<br />

estirpe... e não é necessário que recorram a procurar genealogias, coisa tão de moda nos dias de hoje,<br />

porque a grandeza do homem não está na sua árvore genealógica, mas na dignidade e personalidade<br />

daqueles que nos deram a vida. Trabalhar e criar os filhos com a pá e a enxada nas mãos, é tão nobre<br />

como ostentar um brasão de longa tradição de nobreza (Bahillo,1998: 124-25).<br />

Por sua vez, o “Gremio Español de Socorros Mútuos e Instrucción” publicou dois<br />

estudos monográficos sobre a sua história. O primeiro deles foi uma edição extra de<br />

Albatroz, jornal do Grêmio Espanhol de Socorros Mútuos, com motivo da comemoração<br />

205 Em outubro de 1994, nas comemorações do 60º aniversário da sua fundação, o colégio Santo Agostinho de<br />

Belo Horizonte publicou um livro sobre a sua história, da autoria de José Bruña Alonso (1994). No entanto,<br />

apesar de haver sido fundados por padres e frades espanhóis, ainda presentes na administração do colégio,<br />

nele não há nenhuma referência à colônia espanhola nem à relação da instituição com a hispanidade. Nota-se<br />

essa mesma distância, em relação à colônia espanhola, por parte da Ordem Sacerdotal Agostiniana, nos<br />

estados de São Paulo e Goiás. Isso é observável nos apontamentos históricos que constam na Resenha<br />

Histórica no Vicariato da província de Castela no Brasil (1933-1992) redigida pelo P. Eládio Gutiérrez<br />

(1992). O R. P. Marie H. Tapie, no livro que recolhe a sua viagem, de caráter aventureiro e naturalista, pelo<br />

sertão do Centro-Oeste brasileiro (Tapie, 1928), menciona a gentil recepção que lhe fizeram os agostinianos<br />

espanhóis de Catalão, no Estado de Goiás. Consultamos a tradução espanhola de 1930; ao longo de todo o<br />

livro só há alusões a colonos franceses na região, mas retrata com traços distintivos esses padres missionários<br />

espanhóis, dos que comenta que chegaram ao Brasil procedentes das Filipinas. Deles destaca a sua<br />

amabilidade, “muito espanhola”; Tapie, além disso, menciona que eles o presentearam com uma garrafa de<br />

vinho da Espanha (Tapie, 1930: 266-67).<br />

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