26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Así soñábamos nós nos dias de trunfo, en vísperas do gran acontecimento. E para que vexades como<br />

eran as nosas preocupacións vou lervos un proieito de afiche que eu compuxera para a campaña que<br />

se aveciñaba con motivo da presentación do Estatuto. O albre: [...] Na nosa terra danse os mellores<br />

albres. O día que seipamos o que val un albre, aquel día non teremos necesidade de emigrar. [...] Así<br />

era a nosa política. Por creer que Galicia necesitaba un Estatuto autonómico para resolver os seus<br />

problemas e desenrolar a sua cultura e a sua economía nós fumos o que debíamos ser, fixemos o que<br />

debíamos facer e demos todo canto podíamos dar. E agora estou na Arxentina – a terra xenerosa que<br />

acollen tantos homes da nosa caste e a que os galegos queremos como a nosa segunda patria – coa<br />

tristura que me produce o estima que me acompaña, o estima de “desterrado político”. Eu non son<br />

um político ao uso, ainda que andivera polas tripas da política en misión de cibdadanía. Eu son un<br />

galego, un patriota, que ama a súa Terra, que quere vivir para ela e que morrerá co seu nome nos<br />

beizos. Eu soio quixera ver compridos os anceios dos mortos. E para que non haxa dúvidas de quenes<br />

son os nosos mortos, eu quixera contalos a todos; pero son incontables e innumerables ainda que<br />

pode concretarse a súa memoria en figuras que todos nós levamos no corazón: Antolín Faraldo,<br />

Rosalía de Castro, Curros Enríquez, Alfredo Brañas, Alexandre Bóveda (Castelao, 1976: 36-38).<br />

O asilado é aceito e acolhido por um Estado devido aos compromissos assumidos<br />

em acordos internacionais em relação aos refugiados políticos 66 . A falta de emprego<br />

dificulta ainda mais as condições de existência no desterro desse asilado, mas não contradiz<br />

o sentido da sua residência fora do país de onde é natural. O asilado deverá procurar fontes<br />

de ingressos que lhe permitam subsistir, embora a procura de trabalho não seja a<br />

66 Ariosto Licurzi sublinhou, na década de 1940, as dificuldades que havia que enfrentar no processo de<br />

incorporação dos refugiados – os “emigrantes políticos” – ao mercado de trabalho americano. Para ele, o<br />

principal problema relativo às medidas a serem tomadas para a adaptação desses sujeitos às necessidades do<br />

país receptor consistia nos empecilhos que, com freqüência, criava a falta de documentação sobre eles, a qual<br />

impedia conhecer plenamente os seus antecedentes judiciais e policiais. Perante essa situação, ele propunha:<br />

“Una solución de emergencia podrían darla, quizá, los gobiernos donde estuvieren refugiados: certificando su<br />

conducta policial y judicial durante el tiempo transcurrido desde su arribo a los respectivos países. Tres o<br />

cuatro años vividos bajo el amparo de sus leyes hospitalarias pueden constituir un período de prueba<br />

suficiente acerca de la peligrosidad o inocuidad de un sujeto. Con mayor fundamento, sabiendo que durante<br />

su asilo, estos refugiados políticos son objeto de frecuentes investigaciones policiales, obligados a<br />

presentaciones temporarias, episódicas o regulares, para informar a la autoridad sobre sus actividades,<br />

cambios de domicilio, obtención de trabajo, etc. Es muy probable que se llegue a ello, sin dificultad. Pero,<br />

¿qué valor podemos dar a estos certificados? ¿Es la personalidad real la que consignan, o es una personalidad<br />

‘reconstituida’ para facilitar la emigración? ¿Qué valor puede darse a una falta de anotaciones judiciales, en<br />

los casos de pasaportes librados por los gobiernos exilados desde su sede de asilo? ¿Acaso sabemos cómo se<br />

rigen? O debemos creer que, huyendo, estos gobiernos llevaron en su fuga los archivos judiciales de la nación<br />

respectiva?” (Licurzi, 1945: 20). Licurzi aspira a que o estatuto dos refugiados não impeça que eles ajam no<br />

país que os acolha como mão-de-obra. Em força de trabalho foram convertidos milhares dos refugiados<br />

espanhóis que atravessaram a fronteira francesa entre 1938 e maio de 1939. Alberto Fernández (1972), no seu<br />

estudo intitulado Emigración republicana española (1939-1945), analisa a participação desses refugiados na<br />

resistência e na libertação da França; muitos deles passaram, dos campos de concentração e de castigo na<br />

França e no norte da África, a integrar o coletivo da M.O.I. [Mão-de-obra imigrada]. O autor informa que, a<br />

partir dessas companhias de trabalhadores estrangeiros, organizou-se o maquis e a guerrilha nas cidades<br />

ocupadas.<br />

91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!