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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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ecopilação, e no exame, de “histórias de vida” obtidas por meio de entrevistas a<br />

descendentes de imigrantes espanhóis ou a espanhóis natos. Em ambos os trabalhos, essas<br />

“histórias de vida” são aplicadas no esboço de uma história social dos imigrantes espanhóis<br />

em Bauru. As duas pesquisas retratam o percurso dos imigrantes espanhóis que se<br />

deslocaram até Bauru no período do grande surto imigratório no Estado de São Paulo, em<br />

fins do séc. XIX e no início do XX. No exame dessas “histórias de vida” destacam-se as<br />

menções que os entrevistados fazem aos motivos de escolha de destino, comentam-se as<br />

atividades laborais às que se incorporaram os imigrantes e pondera-se o grau de adaptação<br />

às condições do meio social paulista.<br />

O primeiro deles é uma dissertação na área da história defendida por Cintia Stela<br />

Negrão Berlini em 1999. Intitula-se Espanhóis em Bauru: histórias de vida 1896-1930<br />

(Berlini, 1999); nela destaca-se a dificuldade de encontrar sinais da cultura espanhola no<br />

meio social da cidade de Bauru. Esse aspecto, que a autora batiza como a “questão da<br />

invisibilidade” é explicado como fruto da falta de preocupação dos espanhóis em preservar<br />

a sua cultura e do pouco interesse por eles investido em transmiti-la aos seus descendentes.<br />

A outra dissertação sobre Bauru, Lembranças da imigração: cenas e cenários de vida dos<br />

imigrantes espanhóis em Bauru (1892-1930), foi defendida por Rosimeire Pereira D’Ávila<br />

um ano após da defesa da primeira. Em 2004, essa dissertação foi publicada pela EDUSC<br />

com o mesmo título (D’Ávila, 2004). Embora essa pesquisa se valha também,<br />

metodologicamente, da reconstrução da história de vida de algumas famílias pioneiras em<br />

Bauru de imigrantes espanhóis, a autora julga que, a partir da análise do cotidiano e das<br />

estratégias para a ascensão social e econômica dos imigrantes, pode-se interpretar que se<br />

manteve a identidade deles, a qual, por sua vez, foi, durante anos, resguardada mediante as<br />

atividades que fomentara a Sociedade Hispano-Brasileira “Miguel de Cervantes”. D’Ávila<br />

salienta que os espanhóis, apesar do seu alto grau de assimilação, evitaram a total diluição<br />

no contexto da sociedade receptora; nesse sentido, conclui apreciando o seguinte:<br />

Os traços da identidade dos imigrantes não foram sobrepostos, nem se diluíram sob uma nova<br />

realidade social, cultural e econômica no país de chegada. Ao mesmo tempo que formaram a<br />

sociedade bauruense como participantes e sujeitos da história, eles deixaram vestígios do modo de<br />

vida espanhol (ainda que discretamente) em cada traço de seus descendentes. Em resumo:<br />

assimilaram a nova realidade e outros costumes que a vida lhes impões no novo mundo (D’Ávila,<br />

2004: 172).<br />

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