26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Considerando-se tais fatos, não se querendo admitir a hipótese de influência, não se pode esconder,<br />

pelo menos, além de boa cooperação inicial, animadora complementação com a vinda de artistas<br />

espanhóis que aqui se radicaram, expõem e dão lustre aos meios plásticos.<br />

Na relação de pintores elaborada por Pinto do Carmo à que aludimos estão incluídos<br />

os galegos Modesto Brocos (1852-1936) e Domingos Garcia y Vasquez (1859-1912) 416 . De<br />

ambos traça um perfil biográfico e comenta a sua obra. Do primeiro, traça, além do mais, o<br />

seguinte apontamento:<br />

Leitor insaciável de tudo quanto se relacionasse com a sua profissão, publicou: A questão do ensino<br />

de Belas Artes (Rio de Janeiro, 1915) e Retórica dos pintores (Tip. Ind. do Livro. Rio, 1933). Em<br />

1952, realizou-se, no Museu de Belas Artes uma exposição retrospectiva de seus trabalhos, mostra<br />

que foi muito bem recebida. No Catálogo da mesma o pintor Reis Júnior e a senhora Regina M. Leal<br />

(conservadora do Museu), traçaram o perfil do homem e do artista. Mais outra vez lembrou-se ter<br />

sido ele um dos mais completos realizadores de águasfortes que até hoje possuímos, como, também,<br />

a facilidade com que, pintando costumes e cenas regionais, se identificara com as nossas coisas,<br />

fixando-as com maestria (Pinto do Carmo, 1959: 70).<br />

Além de se referir à imprensa dos imigrantes espanhóis, Pinto do Carmo dedica um<br />

capítulo específico – Notas sobre a imigração – à presença de espanhóis no Brasil.<br />

Remonta-a à esquadra de Cabral, pois nela participou o físico “castelhano” João Farras,<br />

autor de um dos relatórios lavrados durante o tempo em que essa esquadra esteve fundeada<br />

na costa nordestina. Pinto do Carmo (1959: 93) lamenta, e considera que é uma ingratidão,<br />

que o relatório do mestre João tenha sido pouco valorizado. Citando um artigo publicado<br />

por Mucio João no Jornal do Brasil no Rio considera que o físico “terá direito a ser<br />

considerado o poeta do Cruzeiro do Sul, o poeta da constelação que ele viu, que ele amou,<br />

que ele descreveu, antes que qualquer outro”. Sem se referir a nenhum indivíduo em<br />

concreto, o autor alude também à participação de espanhóis no corso no litoral brasileiro, e<br />

à presença no Brasil, no período colonial, de um variado grupo formado por “náufragos,<br />

desertores, imigrantes, catequistas, desbravadores e administradores”, alguns deles<br />

chegados de acaso e outros diretamente recrutados 417 . Pinto do Carmo (1959: 99) não<br />

416 Junto às biobibliografias de Brocos e Garcia y Vasquez, constam as de Juan Planellas y Rodriguez,<br />

Francisco Garcia Santos Ollala, Antonio Fernandez y Gomez, Francisco Pingdomoneck “Colon”, Mariano<br />

Barabassan Lagueruela [Mariano Barbazán de Laguernela], Luis Graner e Francisco Pons Arnau.<br />

417 Detém-se, Pinto do Carmo (1960: 94-97), em tripulantes espanhóis que, por naufrágio, exploração ou<br />

deserção, radicaram-se no litoral brasileiro ao longo dos séculos XVI e XVII. Assim, menciona, entre três<br />

dezenas de nomes de espanhóis que permaneceram no Brasil, a Pedro Galego, estabelecido no cabo de Santo<br />

Agostinho, em Pernambuco; a tripulantes náufragos de uma nau, da frota de Juan Diaz de Solis, que arribara<br />

no porto de Patos, na ilha de Santa Catarina, e a desertores, refugiados nessa ilha, do galeão São Gabriel,<br />

590

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!