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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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desenvolvimento e da modernidade que alcançavam algumas cidades desde o início da<br />

década de 1930. Assim o declara Casais:<br />

Ainda que seus mananciais sulfurosos tenham sido descobertos, há mais de 150 anos, a cidade de<br />

Poços-de-Caldas, com a forma e fisionomia atual, conta apenas um par de lustros; e, se bem que o<br />

Brasil nos tenha acostumado ao rápido crescimento de cidades ontem nascidas, como expoente de<br />

um progresso econômico que caminha por saltos, a evolução de Poços-de-Caldas não tem igual no<br />

país, nem é possível imaginar em matéria de urbanismo uma realização de planos melhores em igual<br />

tempo. Observa-se ao tempo, como já disse, que o progresso material de Poços andou par a par com<br />

o desenvolvimento intelectual e social, tomadas estas palavras em sua mais alta significação (Casais,<br />

1942b: 11).<br />

Ao explicar o topônimo “Caldas”, Casais alude às existentes na Galiza, ligando<br />

diretamente as caldas mineiras com as galegas. Ele refere-se à aproximação lingüística que<br />

há entre a variedade galega e o português:<br />

Não há porque procurar o nome de Poços-de-Caldas no fato histórico de se servirem de suas águas<br />

sulfurosas certos viajantes portugueses que aplicaram tal denominação à aldeia pela semelhança que<br />

as águas tinham com as de Caldas de Portugal. Se o povoado de então carecia de nome oficial e nele<br />

brotavam águas muito quentes, quadrava-lhe por direito próprio a denominação que ainda conserva.<br />

Na Galicia, região cujos habitantes falam um idioma muito parecido com o português, as localidades<br />

que possuem águas sulfurosas quentes, também se chamam Caldas ou Caldelas (Casais, 1942b: 11).<br />

Com a descrição da cidade de Poços de Caldas, Casais fixa uma estrutura que se<br />

manterá ao se referir às outras cinco estâncias hidro-minerais. Ele localiza o ponto turístico<br />

e indica como chegar até ele, destaca o clima, retrata a paragem em que se encontra a<br />

cidade, ressalta o ambiente social festivo e alegre da cidade (“Fora das primeiras horas da<br />

manhã em que os enfermos abandonam seus hotéis”), refere-se à arquitetura e ao urbanismo<br />

do município, recomenda cardápios, caracteriza a hotelaria – a “indústria da hospedagem” –<br />

, assinala as atividades de lazer que o turista pode escolher – esportes, passeios, cassinos e<br />

saraus – e menciona quais são os mananciais e para quais tratamentos se recomendam as<br />

suas águas.<br />

Na descrição de Poços de Caldas ressalta o autor o cunho brasileiro dessa cidade<br />

cosmopolita, a pesar de ela ser freqüentada por “forasteiros de toda a parte”:<br />

A cidade, sem ser estranha ao ambiente cosmopolita que lhe imprime a variada afluência de<br />

forasteiros de toda a parte, é brasileira, brasileiríssima. Brasileiros foram os médicos precursores,<br />

com a inolvidável figura do Dr. Sanches de Lemos à frente; brasileiros os arquitetos e engenheiros<br />

diretores das Termas, Cassino e grandes hotéis; brasileiros os que conceberam e traçaram os planos<br />

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