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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Contraditoriamente, Meijide indica, no segundo capítulo, Las bases demográficas,<br />

que o Brasil era, trás a África do Sul, a “potência” com maior população negra:<br />

Es curioso señalar que, entre todas las potencias, Brasil es la que cuenta con la mayor proporción de<br />

negros en su ethnos (excepto la Unión Surafricana), así como entre los países hispanoamericanos<br />

(salvo Cuba). Mas, esto no significa la presencia de una latente y aguda crisis racial (Suráfrica), ni la<br />

discriminación (Estados Unidos), ni siquiera el peligro de que el comunismo explote en su provecho<br />

el antagonismo (India) (Meijide, 1957: 33).<br />

Citando uma apreciação de Zweig acerca do harmonioso convívio interétnico no<br />

Brasil, por meio da edição lançada em 1945, na Argentina, de Brasil. País del futuro 602 ,<br />

Meijide estima que, no Brasil, a heterogeneidade étnica não desembocava em<br />

enfrentamentos devido à fusão das etnias 603 , nem no estranhamento em relação ao país<br />

receptor, pois, por um lado, o trabalho, e os laços sociais derivados do seu exercício,<br />

vinculavam o adventício à pátria adotiva e, por outro, o cristianismo do elemento receptor<br />

apagava os preconceitos raciais e levava à assimilação do alienígena. Todavia, embora ele<br />

602 A passagem de Zweig citada por Meijide (1957: 33) é referida indicando-se que se encontra na p. 16 da<br />

edição argentina mencionada (Zweig, 1949). Ela corresponde-se com as p. 7-8 da edição brasileira que<br />

manejamos (Zweig, 1960). Na tradução ao castelhano, dessa edição Argentina, a passagem é a seguinte: “De<br />

acuerdo con la posición europea, habría que suponer que esos grupos se enfrentan mutuamente de un modo<br />

adverso; los primeros venidos con los recién venidos, los blancos contra los negros, americanos contra<br />

europeos, morenos contra amarillos; habría que suponer que mayorías y minorías se hallasen en lucha<br />

constante por sus derechos y privilegios. Y, asombradísimo, se observa que todas estas razas, visiblemente<br />

diferenciadas por el mero color ya, viven en la más acabada armonía y que, a pesar de su origen individual,<br />

sólo compiten en la ambición de despojarse de las peculiaridades primitivas para convertirse cuanto antes y<br />

todo lo más perfectamente posible en brasileños, en una nueva y uniforme nación”.<br />

603 A população indígena, indica Meijide (1957: 33-35), foi submetida ora por meios pacíficos – “misiones<br />

religiosas” – ora pela violência – “bandeirismo” – e, na sua maior parte, fusionou-se com os colonizadores<br />

através da mestiçagem e da desintegração das suas culturas tribais. Estima o autor que havia entre um e dois<br />

milhões de índios, mas acreditava que esse número diminuiria “por la simple y pura extinción natural o en<br />

virtud del mestizaje”. O “elemento” branco é qualificado como o mais importante da composição racial<br />

brasileira, “tanto por su valor en sí como por su volumen numérico”; o autor, além do mais, especifica que<br />

“ahora” a proporção desse elemento atingia 62% da população e era composto por mais de 35 milhões de<br />

indivíduos. Para Meijide, todo o “elemento” branco do Brasil foi composto pelos imigrantes, pois, na sua<br />

interpretação eram imigrantes todos os europeus assentados no Brasil desde a sua descoberta: “Esta<br />

inmigración de estirpe europea, iniciada con el descubrimiento (portugueses), culminó en la segunda mitad<br />

del siglo XIX (latinos, eslavos, germánicos, etc.) y primeros decenios del siglo XX (amarillos y de países<br />

mediterráneos). Sólo en el último período álgido de la inmigración, en la próspera etapa a caballo de dos<br />

siglos, su volumen numérico significó nada menos que una aportación de 4 millones de almas a la demografía<br />

brasileña” (Meijide, 1957: 36). Sem, desta vez, remeter a nenhuma fonte, o autor enuncia que, durante o<br />

período colonial, as autoridades portuguesas mantiveram um “criterio liberal” em relação aos forâneos que fez<br />

com que se admitisse o assentamento no Brasil de colonos não portugueses enquanto fossem católicos, pois,<br />

na opinião do autor, “era fundamental la condición de cristiano, mientras que las circunstancias de<br />

nacionalidad o raza se estimaron como secundarias”. Trás o elemento branco, o indicado como o segundo<br />

quantitativamente mais importante foi o mestiço, ao estar composto por 14 milhões de indivíduos, divididos<br />

por Meijide entre mulatos e caboclos, estes últimos apontados como um paradigma da brasilidade. O autor<br />

salienta que as razões da “supervivencia de este nutrido grupo racial” eram o alto coeficiente de natalidade e a<br />

resistência física às doenças endêmicas tropicais.<br />

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