26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Na conclusão da dissertação, o autor frisa que a sua pretensão foi a análise da<br />

presença espanhola em Belo Horizonte na passagem do séc. XIX para o XX. Entretanto, no<br />

discurso que desenvolve não consta nenhum comentário que não tenha sido feito nas<br />

sínteses dos capítulos da monografia. Sobre os espanhóis residentes em Belo Horizonte o<br />

autor conclui que “as evidências de sua contribuição à sociedade belo-horizontina são sutis,<br />

principalmente aos movimentos de trabalhadores” (Silva, 2002: 130), mas não expõe como<br />

se manifestam essas sutilezas. Além disso, o autor insiste na diluição dos espanhóis nos<br />

campos sociais da cidade, havendo tão só, como espaços para os encontros entre os<br />

espanhóis, o “Consulado” e o “Grêmio”:<br />

Verificou-se que o Consulado e o Grêmio se tornaram o centro de convergência dos espanhóis em<br />

Belo Horizonte. O Consulado, para a sua legalização perante as autoridades espanholas, no caso de<br />

informações sobre seu paradeiro, perante suas famílias. O consulado espanhol iniciou o Livro de<br />

Legalização em janeiro de 1917, quando foi instalado o vice-consulado espanhol na capital mineira.<br />

A partir daí, estão registrados todos os espanhóis que lá foram se apresentar. É uma das poucas<br />

fontes que se tem sobre os espanhóis que aqui estiveram.<br />

O Grêmio é o local de reuniões, das conversas, da música de casa, das recordações e dos sonhos<br />

futuros, de jogos e de atividades culturais e desportivas. Também foi o local que o imigrante<br />

espanhol procurava nas suas dificuldades financeiras. Portanto, é no Consulado e no Grêmio que se<br />

encontram informações mais precisas sobre a presença dos espanhóis em Belo Horizonte.<br />

No caso específico de nosso objeto – os espanhóis em Belo Horizonte –, verifica-se que não se<br />

constitui em movimento isolado da imigração européia, constituindo parte integrante dela; sem<br />

dúvida, uma presença minoritária, pouco perceptível, como, aliás, na maioria do território nacional,<br />

com a provável exceção de São Paulo. (Silva, 2002: 129)<br />

A dissertação de Renato de Assumpção e Silva tem a função de ser a primeira<br />

monografia acadêmica dedicada à presença dos espanhóis de Minas. Todavia o estudo<br />

dessa presença é sumário e superficial e limita-se a esboçar dados contidos na escassa<br />

bibliografia que abordou essa temática. Na verdade, Renato Assumpção Silva não acerta<br />

quando afirma que, no centenário de Belo Horizonte, não se publicou nenhum estudo sobre<br />

a presença espanhola em Belo Horizonte. Houve uma obra, por ele citada, intitulada<br />

Espanha em Belo Horizonte – Cem anos, de Valentín Bahillo Cuadrado 200 , 1998, em que se<br />

expõe, com muitos mais pormenores que na monografia de Silva a história dessa presença.<br />

200 Valentín Bahillo Cuadrado é autor de três ensaios em que se reflete sobre a história e a idiossincrasia da<br />

Espanha e a identidade hispano-americana: Hispanidade e outros ensaios (Bahillo, 1994), Pelos caminhos da<br />

Espanha (Bahillo, 1995) e Brasil no contexto colonial ibérico (Bahillo, 2000). Além disso, foi o fundador em<br />

1959 e o “redator-chefe” da revista Alma Mater – Revista da Universidade Católica de Minas Gerais.<br />

266

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!