26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

IV. 3. 4. As investigações sobre o comportamento político dos espanhóis residentes no<br />

Estado de São Paulo e sobre a repercussão, nesse estado, da Guerra Civil espanhola<br />

Acreditamos que a terceira das áreas supramencionadas é, apesar de se referir a uma<br />

temática muito delimitada cronologicamente, a que motivou a maior quantidade de estudos.<br />

Em São Paulo publicou-se, em 1944, um ensaio do último cônsul da II República espanhola<br />

no Brasil – Luis Amador Sánchez – sobre relações internacionais em que o autor traça um<br />

panorama da política internacional da época em que ele atuou como diplomata. Esse ensaio,<br />

intitulado El llanto de los hombres, contém o relato da entrega das chaves da sede, no Rio<br />

de Janeiro, da Embaixada da República Espanhola às autoridades do Ministério das<br />

Relações Exteriores do Brasil ao se confirmar a vitória do bando nacional espanhol 246 . A<br />

obra, prefaciada por Sérgio Milliet, inaugurou a série de edições em castelhano da<br />

paulistana Letras Editora Continental 247 . Nesse mesmo ano, essa editora publicou um<br />

florilégio intitulado Presença da García Lorca, contendo estudos lorquianos dos espanhóis<br />

Pascual Núñez Arca, Luis Amador Sánchez, Federico de Onís e Eduardo Blanco-Amor, e<br />

246 A entrega no Itamaraty, o primeiro de março de 1939, das chaves da Embaixada e do Consulado espanhóis<br />

no Rio de Janeiro, ao reconhecer o governo brasileiro o vencedor na guerra de Espanha, é relatada por Luis<br />

Amador Sánchez (1944: 14-16) como se segue: “Recuerdo ahora... Ministerio de Relaciones Exteriores del<br />

Brasil. Itamaraty. He subido por las escaleras del edificio acompañado al último Encargado de Negocios de la<br />

República Española, con la extraña emoción de no saber perfectamente lo que me estaba ocurriendo. Pero<br />

estando dentro de los salones de Itamaraty, me pareció, sí, recibir la augusta solemnidad de estar en una casa<br />

amable que deseaba sonreírme con la mejor sonrisa que se puede recibir en el mundo: la sonrisa de la simpatía<br />

y del consuelo. Altos funcionarios de la diplomacia brasileña, cordiales e hidalgos, sabiendo disimular nuestra<br />

absurda condición de colegas vencidos, sin esfuerzo, sin violencia, sin rebuscado protocolo, con fineza y<br />

compañerismo, con serenidad y flor de virtud arrancada expresamente para nosotros del jardín de una tierra<br />

abonada para la honrada hospitalidad, nos brindaron el afecto, la palabra correcta, bondadosa, amable. Y, para<br />

que nada nos faltase a los que estábamos allí, a nosotros, todos de la carrera, hasta el calor del hogar del<br />

Ministerio de Estado en Madrid, porque como me decía un compañero: - Verdad? Este ministerio tiene<br />

“solera”, “solera” diplomática, no parece que aquí terminamos, sino que aquí empezamos, que aquí vamos a<br />

hacer nuestras oposiciones para diplomáticos”... Tapices, muebles severos y elegantes, calma, esa calma de<br />

los Ministerios que rigen las relaciones con el exterior y hasta esa discreta luz de las casas nobles,<br />

seguramente, para no desvirtuar las perspectivas de los cuadros pintados al óleo... Ministerio de Estado en<br />

Madrid, Itamaraty en Río de Janeiro... En ese viaje he invertido dieciocho años, una gran etapa de la vida que<br />

abarca toda la juventud, toda una infinita e inefable ilusión... Y, después, nada, o a lo más una interrogación.<br />

Como era la caída de la tarde, contemplé el crepúsculo desde la Avenida Beira-Mar. Mi última impresión era<br />

la bondad de mis colegas, de los que hasta entonces habían sido mis colegas brasileños”.<br />

247 Em 1947, Eduardo Fernández y González publicou pela Editora Brasiliense um ensaio sobre a história da<br />

Espanha intitulado A tragédia da Espanha (de Felipe V a Francisco Franco), com prólogo de Luis Amador<br />

Sánchez, que visa a apresentação perante os leitores brasileiros das causas que provocaram “o calvário da<br />

Espanha” sob a ditadura franquista.<br />

352

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!