26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

causaram aos efeitos planejados. No caso da imigração espanhola, a redução radicalizou-se<br />

no período da Guerra Civil Espanhola e da II Guerra Mundial, até alcançarem-se<br />

quantidades insignificantes; só a partir do ano de 1949, o processo imigratório recuperou o<br />

seu caráter de deslocamento de massas. Os novos imigrantes espanhóis, de por si<br />

traumatizados pelo pós-guerra, depararam-se com uma colônia dividida pelos rancores da<br />

contenda, gremialmente esmorecida, e dobrada pelas autoridades brasileiras. Entre eles e os<br />

seus patrícios já assentados no Brasil houvera, além do mais, quase vinte anos de lapso no<br />

fluxo migratório.<br />

IV. 1. Os estudos sobre a imigração no Estado de Minas Gerais: o caso dos galegos<br />

Para a compreensão do processo de formação das representações da Espanha em<br />

Belo Horizonte e do fenômeno da aculturação do caso galego, contamos, como material<br />

inédito, com toda a documentação sobre os espanhóis presentes em Belo Horizonte e sobre<br />

as atividades dos belo-horizontinos em prol da causa democrática espanhola. Essa<br />

documentação foi gerada, entre as décadas de 1930 e 1950, pelo Departamento da Ordem<br />

Político Social de Minas Gerais (DOPS-Minas) e é conservada no Arquivo Mineiro (Belo<br />

Horizonte). Entre 2003 e 2004 solicitamos que fosse permitida a paulatina liberação e a<br />

cópia desse material. Ele é o veículo para conhecer o seguimento e a avaliação que as<br />

autoridades da ordem pública fizeram do movimento associativo espanhol belo-horizontino<br />

– o Grêmio espanhol – e das atuações políticas e culturais promovidas em círculos locais<br />

brasileiros, sobretudo os vinculados ao Partido Comunista Brasileiro – a Associação<br />

nacional sofrerá as restrições necessárias à garantia da integração étnica e capacidade física e civil do<br />

imigrante, não podendo, porém, a corrente imigratória de cada país exceder, anualmente, o limite de dois por<br />

cento sobre o número total dos respectivos nacionais fixados no Brasil durante os últimos cinqüenta anos”. O<br />

governo federal passava, ademais, a ter completo controle sobre a imigração. As primeiras cotas de imigração<br />

foram fixadas para o ano de 1935, tendo sido anunciadas em meados de 1934. Aguiar (1991: 142-42) indica<br />

que a cota imigratória fixada para a Espanha ficou sem efeito, já que o número de pessoas dispostas a emigrar<br />

nunca atingiu, nos anos seguintes, o limite de 11.543 imigrantes que fora marcado a partir de 1936. Arthur<br />

Ramos (1962: 26) resume como se segue a efetivação da política de cotas para a imigração durante o Estado<br />

Novo: “O decreto-lei de 4 de maio de 1938, e seu regulamento três meses depois, conservando o sistema das<br />

‘quotas’, divide os estrangeiros entrados no país em ‘temporários’ e ‘permanentes’. Na primeira categoria<br />

estão os que só podem permanecer no país pelo prazo máximo de seis meses: os turistas, viajantes de<br />

comércio, artistas, conferencistas, e os passageiros em trânsito. Os seguintes, os ‘permanentes’, seriam os<br />

verdadeiros imigrantes. A quota continuou sendo de 2% sobre o número total das entradas nos últimos<br />

cinqüenta anos, porém a legislação estabeleceu a proporção de 80% desta quota para a introdução de<br />

AGRICULTORES ou TÉCNICOS AGRÍCOLAS, reservando os 20% restantes para as demais profissões. Por<br />

essas resoluções a entrada de estrangeiros no país, não pode ultrapassar a cifra de 165.445 imigrantes anuais.<br />

Os Portugueses foram depois, em 1939, considerados livres da restrição pelo sistema de ‘quota’, podendo<br />

entrar livremente, em qualquer número, no país”.<br />

240

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!