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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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imigração ligado à agropecuária manteve-se até 1930. Foi pouca a incidência do elemento<br />

imigrante na industrialização de Minas e unicamente cabe, segundo Norma de Góes,<br />

considerar a importância dos imigrantes para o desenvolvimento urbano de Minas no<br />

tocante à transformação dos núcleos coloniais em cidades e à construção da Nova Capital<br />

do estado 189 . Norma de Góes frisa que a imigração em Minas não provocou conflitos<br />

sociais e que os imigrantes se adaptaram e se integraram, dissolvendo-se, na sociedade<br />

mineira. Ao respeito, ela afirma:<br />

Se foi mínima a presença estrangeira em Minas, com entradas decrescentes por medidas oficiais –<br />

governo federal e estadual – e pela situação internacional, que afeta os países emigrantistas, não se<br />

pode falar em xenofobia. Não foi por hostilidade ao alienígena que ele não se fixou aqui, mas pelas<br />

maiores vantagens que percebia em outros Estados. Era natural que se dirigisse para áreas em que<br />

havia muitos de seus patrícios. Não houve jamais, porém, xenofobia. O estrangeiro foi sempre bem<br />

acolhido, como se observa no Século XIX e no atual. Homens de diferentes países vieram e logo se<br />

adaptaram ao estilo local, participando intensamente do que havia: as disputas políticas, a rivalidade<br />

de associações, clubes, bandas-de-música. A primeira geração, os filhos nascidos em Minas, já não<br />

se distinguem em nada dos que são da terra e filhos e netos de mineiros (Monteiro, 1973: 166-67).<br />

Até 2009, a única pesquisa desenvolvida no âmbito acadêmico em relação à<br />

presença espanhola em Belo Horizonte é da autoria Renato de Assumpção e Silva quem,<br />

em 20.12.2002, defendeu na Pontifícia Universidade Católica de Rio Grande do Sul (Porto<br />

Alegre), sob a orientação da Profª. Drª. Núncia Santoro de Constantino e dentro do<br />

Programa de História das Sociedades Ibéricas e Americanas, uma dissertação de mestrado<br />

intitulada A América Latina e a Imigração Espanhola em Belo Horizonte (1890-1930):<br />

Colonização, Urbanização e Integração Social. Essa dissertação tem dois resumos que são<br />

os seguintes:<br />

A dissertação analisa a presença de espanhóis em Belo Horizonte no período entre 1890 e 1930,<br />

marcado inicialmente pelo processo de construção, inauguração e consolidação da cidade como<br />

capital do Estado de Minas Gerais. A referida presença é decorrente dos grandes fluxos imigratórios<br />

europeus que marcaram a primeira década republicana no Brasil, sendo caracterizada , nos primeiros<br />

189 A visão dos imigrantes que se deslocaram até os terrenos destinados à nova capital de Minas Gerais com o<br />

intuito de fazerem fortuna incorporando-se ora à construção ora aos serviços demandados pela cidade foi<br />

literaturada por Avelino Fóscolo no romance A capital (1903). Esses imigrantes protagonistas da narrativa de<br />

Fóscolo, no entanto, são quase todos brasileiros, procedendo do interior de Minas muitos dos personagens. Os<br />

imigrantes estrangeiros só aparecem como personagens secundários para o desenvolvimento do argumento,<br />

sendo eles ou portugueses ou, sobretudo, italianos. Uma caracterização da trajetória profissional – jornalística,<br />

literária e política – de Fóscolo foi feita por Edgard Rodrigues (1979: 80) e várias análises sobre a sua<br />

produção, além de notas biográficas do autor, aparecem na edição crítica de A capital (Fóscolo, 1979).<br />

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