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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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que se publicara em Paris em 1938. Embora se trate de um estudo simpático ao exército<br />

nacional não mostra uma explícita adesão à causa desse bando 360 .<br />

No Rio de Janeiro, e em pleno Estado Novo, também circularam matérias<br />

favoráveis ao governo republicano. No número de julho de 1938 da revista Diretrizes,<br />

Azevedo Amaral, diretor da publicação, dedicou o “Comentário Internacional” à guerra<br />

civil. Intitulou o seu artigo A verdade sobre a Hespanha. Ele é uma análise da Guerra Civil<br />

da perspectiva das relações internacionais. Não consultamos o periódico, senão a separata<br />

do artigo. A separata justifica-se como se segue:<br />

O “Comentário Internacional” publicado na edição de julho de Diretrizes, e versante sobre os<br />

acontecimentos que se vêm desenrolando há dois anos na Espanha, mereceu do público um<br />

acolhimento excepcional e, podemos mesmo dizer, fora do usual no tocante ao modo como são entre<br />

nós recebidas as revistas. Não somente se esgotou integralmente aquela edição de Diretrizes, como<br />

durante semanas temos recebido em cartas, em telefonemas e em comunicações verbais de visitantes,<br />

insistentes pedidos de exemplares que infelizmente não podemos fornecer a esses leitores amigos,<br />

pelo simples fato de não os possuirmos mais (Amaral, 1938: 3).<br />

Azevedo Amaral qualifica a Guerra Civil como uma contenda internacional em que<br />

a Espanha estava sendo conquistada pelos governos totalitários da Europa central por<br />

intermédio “de uma administração fascista, pseudo-nacionalista” (Amaral, 1938: 5). Ele<br />

inclusive critica a imprensa brasileira à que acusa de ser, majoritariamente, tendenciosa e<br />

manipuladora em favor do bando do general Franco:<br />

Ao cabo de dois anos<br />

360 Após o final da guerra na Espanha e antes da declaração pelo Brasil, em 22 de agosto de 1942, do estado<br />

de beligerância contra as potências do Eixo, houve uma certa liberdade no país para a publicação, em<br />

periódicos brasileiros, de matérias afins ao regime franquista. A revista paulistana Inteligência – Mensário da<br />

opinião mundial, inseriu no seu n. 51 [março de 1939], um artigo, assinado em Munique aos 15 de dezembro<br />

de 1938 por H. Niedermaier, com o título A alma cavalheiresca da Espanha. O seu autor, quem declara ter<br />

estado na Espanha, expressa a sua convicção de que a Espanha, devido ao orgulho e à sensibilidade dos<br />

espanhóis, escolherá o caminho que a conduzirá ao seu fortalecimento. O autor apóia-se na índole dos<br />

celtiberos, na Reconquista e na figura do Quixote para traçar o perfil dos espanhóis. Trata-se de um texto<br />

prudente por ambíguo no qual a retórica esconde o que parece ser a clara mensagem do autor, isto é, que a<br />

Espanha saberá escolher, no cenário mundial, o que mais lhe convenha para aumentar a sua fortaleza. O texto<br />

inicia-se como se segue: “A Espanha ocupa posição importantíssima, no quadro europeu. Por isso, grandes<br />

potências, como a Inglaterra e a França, tudo fizeram, nos séculos passados, com o intuito de impedir que ela<br />

se tornasse forte, ou de destruir-lhe a pujança. Se os franceses falam, hoje, de novo, na sua ‘terceira fronteira’,<br />

fazem-no precisamente porque não esqueceram a própria história. Não é possível saber se a Espanha voltará a<br />

ser forte, ou se passará a ser objeto passivo da política das competições da Europa. Muitos acham que ela<br />

deve continuar fraca, como até agora; muitos outros acreditam – apesar das abundantes provas em contrário,<br />

dadas recentemente pelos espanhóis – na lei da inércia. E isto porque não conhecem, de fato, a verdadeira<br />

índole do espanhol” (Niedermaier, 1939: 47).<br />

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