26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Eis que um turista da melhor cultura e das melhores letras ora nos visita: André Daglio, uruguaio de<br />

nascimento mas francês de formação, escritor bilíngüe, jornalista, comediógrafo e conferencista,<br />

colaborador das grandes revistas parisienses do editor Laffitle, autor das comédias já publicadas em<br />

Paris: “Bal á l’Ambassade” e “La Marjolaine”, e que, faz pouco tempo realizou notável conferência<br />

sobre a obra do Aleijadinho.<br />

André Daglio, agora em S. Paulo e que há dois meses viaja pelo Brasil prepara uma série de<br />

reportagens (Kodak – El Brasil ante mi lente), cujo capítulo V em manuscrito ainda inédito, tenho o<br />

prazer de ler em primeira mão. E, como se não bastasse tal honra, confere-me ainda o autor a de<br />

traduzir um fragmento dessa “Sinfonia dos Pinheiros Paranaenses”. Eis, pois, a nossa “Araucaria<br />

brasiliensis” vista como nós ainda não a soubemos ver (Daglio, 1951: 6).<br />

A segunda introdução é assinada em Paris, em junho de 1951, por Maurice<br />

Pierrefeu, quem destaca o efeito emulador contido na prosa de Daglio a respeito do Brasil.<br />

Para Pierrefeu, as impressões turísticas de Daglio animam a conhecer o Brasil exótico:<br />

Ce pays merveilleux brille dans ces pages avec le miroitement fascinant des oiseaux des tropiques.<br />

L’Ame echanteresse et complexe du Brésil vibre, chante et pleure sous la plume magique de André<br />

Daglio. Aprés celá il ne reste plus qu’a prendre l’avion et aller connaítre la reine de la Croix du Sud<br />

(Daglio, 1951: 7).<br />

O historiador e literato uruguaio Telmo Manacorda (Daglio, 1951: 8-10), o autor da<br />

terceira introdução, elogia, das crônicas de Daglio, o estilo, notório pela sua “claridad<br />

francesa” e pela sua “gracia brasileña”, a documentação em que elas se alicerçam, e o seu<br />

gênero, por nele se combinar a literatura com o jornalismo, de forma que nessas crônicas se<br />

encontra uma prosa que evidenciava a compatibilidade entre a veracidade e as formas<br />

elegantes. Porque, segundo esse introdutor, a razão da excelência lograda por Daglio residia<br />

em ele ter sabido transcrever com primor umas impressões que se correspondiam,<br />

objetivamente, com a realidade do Brasil, o qual fazia com que Kodak fosse uma<br />

publicação que “hará mucho bien al Brasil”. Manacorda frisa também que Daglio soubera<br />

captar aspetos do Brasil que os brasileiros não percebiam:<br />

El Brasil moderno, que Andrés Daglio vio y soñó y quiere con pasión deslumbrada, está palpitante<br />

en su libro. Hombre y tierras, ríos y ciudades, sustancia cósmica y problemas espirituales, vibración<br />

de arpa remota y ardor de sangre indígena, hermosura de mujeres y dramático trajín de industrias,<br />

fiesta de pueblo, iluminan este Brasil, crisol de un mundo, que aún los mismos brasileños<br />

desconocen.<br />

La síntesis que el autor da a su libro lo ennoblece. La vivacidad y el colorido, lo exaltan. Lamparazos<br />

de luz, parece cada capítulo. Y museo esplendoroso, el libro entero.<br />

179

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!