26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

dos acontecimentos e da sensação de ter que procurar informações sobre as últimas horas<br />

de campanha. Ele (Soares d’Azevedo, 1936: 199), portanto, imagina as notícias e comenta:<br />

“Sevilha acena-me de longe... Que tentação a de ver Sevilha, com as suas Phalanges, os<br />

seus ‘requetes’, as fardas dos seus legionários, na avançada para Madrid...”.<br />

Em 1937, publicou-se em Porto Alegre-RS, pela Livraria Selbach, outra obra<br />

recolhendo crônicas sobre a Guerra Civil espanhola em que se denunciava a barbárie<br />

republicana e os crimes dos milicianos contra a igreja. Intitula-se Ouvindo a alma da<br />

Espanha...! – A voz dos documentos mais recentes. Trata-se, porém, de uma tradução da<br />

qual não se indica o responsável 359 . Indica-se que o autor fora o padre jesuíta Frederico<br />

Muckermann e que, originariamente, fora uma publicação do romano Secretariatus do<br />

Atheismo. Contudo, essa obra é do nosso interesse pela sua introdução, redigida ex<br />

professo para os leitores brasileiros. A introdução está datada em 7 de setembro de 1937 e<br />

nela justifica-se a publicação pela necessidade de contestar a mentirosa propaganda que<br />

veiculavam no Brasil os centros republicanos espanhóis. Eis o seu início:<br />

Lê, - que não é prólogo!<br />

Em resposta aos “Centros republicanos espanhóis” que se vão fundando no Brasil, para promover<br />

uma campanha a favor dos espanhóis vermelhos, de suas senhoras e crianças inermes, “barbaramente<br />

dinamitadas pelos aviões traiçoeiros do general Franco...”.<br />

De resto, nem adivinhar se pode, a que venha a fundação de tais centros, pois a darmos fé às notícias<br />

vermelhas, Franco já não deve comandar mais que dúzia e meia de soldados, sem um palmo sequer<br />

de terreno onde localizá-los. É que nos demos ao trabalho de somar as cifras das perdas que a<br />

imprensa vermelha, contando em larga escala com a credulidade do público, foi contribuindo semana<br />

por semana à causa nacional da Espanha (Muckermann, 1937: 3).<br />

Ouvindo a alma da Espanha...! não foi a única tradução de uma obra sobre a Guerra<br />

Civil contemporânea aos fatos. No Rio, pela Biblioteca Militar do Ministério da Guerra,<br />

publicou-se em 1941 Lições da Guerra de Espanha, do general francês Maurice Duval,<br />

uma tradução feita pelo capitão Frederico Trotta do ensaio Leçons de la guerre d’Espagne<br />

359 Não temos condições para apreciar qual foi o volume de circulação, no Brasil, de publicações apologéticas<br />

do bando nacional em forma de traduções ou, simplesmente, como produtos importados. Localizamos, no<br />

entanto, em sebos paulistanos e cariocas os seguintes títulos de opúsculos portugueses: Espanha vermelha (s/<br />

d), A Espanha vermelha contra Portugal (1937) e A Guerra Civil em Espanha, do capitão Alexandre de<br />

Morais (1936).<br />

541

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!