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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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comparada com um junco chinês, os marujos cantam, como nos romances do Volga,<br />

“antigas canções de amor e de mágoa”, os vales suaves e aprazíveis da zona de Laranjeiras,<br />

perto de Aracajú, iguala os “melhores recantos da Irlanda”, a paisagem de Aracajú pareceu<br />

ao autor a mais semelhante à de Europa e a costa da cidade, com os seus “risonhos prados”,<br />

com vacas e pastores, é como a cantábrica. De fato, diz que na chegada a Aracajú não se<br />

sentia “em médios tropicais” e que, quando começou a chover, “a lembrança dos meus<br />

recantos nativos se tornou mais exata” (Las Casas, 1939: 130-31). Ao chegar à capital de<br />

Sergipe, aloja-se no hotel de Dona Rubina, a quem retrata como “uma daquelas viúvas<br />

espanholas que, para suportar a velhice, acabaram abrindo uma pensão de estudantes,<br />

quando os estudantes alegravam os primeiros anos deste século maldito que, não sei como,<br />

perdeu toda a alegria” (Las Casas, 1939: 133-34).<br />

De Aracajú louva a gestão na administração do município que exercia o prefeito<br />

Godofredo Diniz. Em decorrência dos elogios, acrescenta que, embora não haja na cidade<br />

nada de notável que visitar, a ida a Aracajú é imprescindível para ver “como o esforço<br />

humano, bem dirigido e mantido com entusiasmo, pôde criar uma cidade lindíssima no<br />

meio de um mato insalubre, e, com pouco dinheiro mas administrando bem, pôde<br />

transformá-la num centro de primeira ordem” (Las Casas, 1939: 132). Também sobre<br />

Aracajú escreveu uma seção intitulada Os intelectuais, na qual nomeia os escritores em que<br />

ele reconheceu o “positivo valor”, salienta as instituições culturais – a Associação de<br />

Imprensa e o Departamento de Estatística –, menciona os jornais da cidade e julga a<br />

qualidade da biblioteca pública (“a mais bem organizada que já vi nesta viagem, sendo uma<br />

das mais ricas e freqüentadas”). Las Casas recomenda que se visita a antiga capital da<br />

província, a cidade de São Cristóvão, “a pouco mais de meia hora de automóvel”, a ser<br />

possível com a orientação de “um historiador da cultura de José Calazans e um poeta da<br />

sensibilidade de Freire Ribeiro” (Las Casas, 1939: 138), pois é nela onde se encontram os<br />

principais monumentos coloniais, e do período do Império, do Estado.<br />

Neste capítulo intitulado A costa da saudade insere duas seções independentes em<br />

relação às cidades de Maceió e Aracajú. Trata-se das seções Ovídio no Brasil e Espanha.<br />

Em ambas expõe pareceres conclusivos; na primeira refere-se ao espanto que lhe provocou<br />

ter notado a precocidade com que os jovens escreviam e publicavam obras literárias:<br />

Ana Amélia escreveu seu primeiro poema aos quatro anos e aos quatorze publicou o primeiro livro;<br />

Fernanda Lopes de Almeida é poetisa desde os sete anos; Osvaldo Teixeira principiou a pintar aos<br />

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