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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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se pode inferir dos cargos que ele ocupou na Beneficência Espanhola carioca. Finalmente,<br />

ele é o indivíduo que nos indicara Francisco Fernández del Riego como o contato que os<br />

galeguistas da Galiza tinham no Brasil 55 . Além disso, Balboa, por ser o remetente das<br />

notícias que sobre o galeguismo no Rio se publicavam na imprensa galeguista bonaerense e<br />

por ser a autoridade galeguista reconhecida, no Rio, por A Nosa Terra, se nos apresenta<br />

como o único líder da reduzidíssima agrupação galeguista nessa cidade.<br />

Se confiarmos nas informações e nos juízos de Balboa, haveria que concluir que,<br />

durante a primeira metade do séc. XX, não se puderam consolidar coletivos no Brasil<br />

capazes de organizarem atividades significativas de índole galeguista, de manterem<br />

publicações periódicas ou de se constituírem como uma corrente de opinião com autoridade<br />

dentro de alguma das agremiações que os galegos fundaram, nesse período, no país.<br />

As explicações oferecidas por Balboa para justificar o fracasso do galeguismo entre<br />

os imigrantes galegos no Brasil – as dificuldades no uso do termo galego devido às<br />

confusões que gerava pela sua denotação pejorativa aplicada aos portugueses, o poder<br />

simbólico da identidade espanholista entre os imigrantes galegos e a conseqüente<br />

inclinação deles para o espanholamento, o envelhecimento da colônia, e os traços<br />

específicos do Brasil – são, por si, convincentes. Cumpriu-nos verificá-las e perscrutar por<br />

que não escolheram o Brasil, como destino, os galeguistas que se exilaram no Cone Sul<br />

logo da Guerra Civil espanhola. Caso se tivesse assentado em alguma cidade brasileira um<br />

grupo notável de galeguistas, teria sido possível o labor de proselitismo. Além de a<br />

circunstância brasileira ser adversa e de a idiossincrasia dos imigrantes galegos do Brasil<br />

não favorecer a militância galeguista, é óbvio que a ausência de líderes políticos e a<br />

escassez de agentes culturais galeguistas acabariam inviabilizando a promoção da causa na<br />

qual se empenhavam Victor Balboa e os seus amigos.<br />

Partimos, pois, da premissa de que não houve galeguismo no Brasil até a década de<br />

1960. Consideramos, no entanto, que era preciso verificá-la. Com esse objetivo foi preciso<br />

55 A indicação a nós de Balboa por parte de Francisco Fernández del Riego teve lugar na Fundación Penzol<br />

em abril de 2002. Solicitáramos a Francisco Fernández del Riego que nos atendesse pessoalmente para nos<br />

comentar o que ele soubesse sobre as relações dos galeguistas da Galiza com os galegos no Brasil. Ele não<br />

nos pôde atender e pediu-nos que lhe formulássemos por escrito a questão. Uma funcionária da Fundación<br />

Penzol entregou-nos um bilhete com a resposta de Francisco F. del Riego. Nele estava escrito “Victor<br />

Balboa”. Essa funcionária transmitiu-nos, também, que Francisco F. del Riego lhe dissera que foram poucos<br />

os contatos que se tentaram ou se puderam estabelecer com o Brasil. No bilhete só estava escrito “Víctor<br />

Balboa”; ele era, pois, o indivíduo com quem contatavam no Brasil os galeguistas.<br />

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