26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Dias, Raimundo Correia, Graça Aranha, Coelho Neto, Humberto de Campos...” (Las Casas,<br />

1939: 62). De fato ele crê que ele teve uma “imensa sorte” (Las Casas, 1939: 63) por ter<br />

podido conhecer a cidade. Já antes de desembarcar, olhando de distância São Luis, a cidade<br />

parecia-lhe idílica:<br />

E que linda é a cidade daqui! Palácios imensos com a linha dos mais ricos templos coloniais: igrejas<br />

e mais igrejas, com torres que lembram claridades bracarenses; palmeiras que se levantam altíssimas,<br />

com elegância impar, bairros de pescadores, saudosos como alfamas de romance, rampas de marujos,<br />

onde as crianças brincam de marinheiros, o remo ao alto e as pernas nuas, como nos quadros de<br />

Ramon de Zubiaurre; pombas que esvoaçam com candura veneziana, urubus que espreitam a<br />

baixamar no telhado dos altos mirantes conventuais (Las Casas, 1939: 62).<br />

Na narração que, sob o título de O Santuário, dedica ao seu passeio pela cidade, diz<br />

que percorreu as ruas sem um rumo previamente definido; destaca a beleza e o luxo do<br />

Palácio do Governo, cita as igrejas que visitou e as praças e ruas, caracterizando as suas<br />

peculiaridades que, já de por si, estão indicadas na sua nomenclatura. Nesse sentido, o autor<br />

lamenta que estivessem sendo trocados os nomes tradicionais por outros que não<br />

correspondiam à história dos viais:<br />

Os últimos prefeitos pouco inteligentes, tiveram a infelicidade de trocar estes rótulos por nomes de<br />

políticos que ninguém conhece e de escritores que, se vivessem, protestariam indignados contra a<br />

irreverência. Deveria ditar-se uma lei, para o mundo todo, que proibisse a renomeação de ruas<br />

seculares (Las Casas, 1939: 64)<br />

Diz ter gostado muito do Convento do Carmo, em cujo claustro se respira uma paz<br />

“que limpa até os últimos e mais escusos recantos da alma...”, embora lamente tanto a<br />

recente intervenção de “um bárbaro pintor italiano” que transfigurou as pinturas da igreja<br />

quanto a modernização dos altares com mármores e imagens “de péssimo gosto”. Ao igual<br />

que fizera com as outras cidades do Norte, o autor resume a história de São Luis,<br />

focalizando a conquista e a fundação do primeiro arraial, e as invasões francesa e batava, e<br />

cita os nomes de intelectuais maranhenses “de sólida cultura”, de “talento e sensibilidade”,<br />

conhecedores da história da cidade e de lendas locais, com alguns dos quais passeou uma<br />

noite pelos “becos afora”. Eles deram-lhe a experimentar tiquira, qualificado por Las Casas<br />

como “um álcool de mandioca digno de figurar na romana Rupe Tarpeya” (Las Casas,<br />

1939: 72). O autor expressa que gostou muito das noites maranhenses (“ai as minhas<br />

inesquecíveis noites maranhenses” Las Casas, 1939: 73); do ocorrido na acima mencionada<br />

faz uma anedota a partir da visão de um casal se beijando:<br />

754

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!