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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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posicionado-se ao respeito e, em conseqüência, mobilizando-se em favor de alguma das<br />

causas. A autora considera que<br />

Levando-se em conta as diversas referências ao Centro Español de Santos, que abrigava os<br />

imigrantes espanhóis simpatizantes da causa nacionalista, pudemos verificar que as divergências que<br />

levaram o povo espanhol à guerra civil acabaram, em certa medida, reproduzindo-se em uma parcela<br />

da comunidade espanhola radicada nas cidades de Santos, Sorocaba e São Paulo (Souza, 2001: 80).<br />

Essa documentação, por outro lado, permite recuperar as atuações políticas dos<br />

brasileiros que se identificaram com o antifascismo no período anterior e posterior à Guerra<br />

Civil espanhola. O governo de Vargas, embora vigiasse as atuações dos espanhóis e dos<br />

brasileiros implicados no apoio à II República e ao bando nacional, só considerou<br />

subversivos ou perniciosos os primeiros, enquanto que os segundos eram reconhecidos<br />

como colaboradores 254 . No tocante a isso, expõe Ismara Izepe de Souza:<br />

Apesar de haver determinação para fechamento de todas as associações estrangeiras, realmente só<br />

foram fechadas aquelas que, de alguma maneira, se mostraram favoráveis à causa republicana.<br />

Enquanto que os prontuários dos centros republicanos apresentam centenas de documentos<br />

confiscados e produzidos pela polícia, o prontuário de Falange Espanhola contém um único<br />

documento: um informe de investigação que discorre sobre um almoço promovido por essa<br />

associação que, segundo o investigador, havia ocorrido “tranqüilamente”, já que os espanhóis<br />

“combatiam as idéias extremistas” (Souza, 2001: 80-81).<br />

Entre os documentos do <strong>DE</strong>OPS/ SP relativos à II República Espanhola encontramse<br />

as informações recolhidas sobre o professor murciano Domingo Rex Muñoz,<br />

provavelmente o primeiro agente enviado explicitamente ao Brasil por um governo da<br />

Espanha para fomentar os cursos de língua espanhola e desenvolver ações de promoção<br />

cultural. O perfil de Domingo Rex está contido no prontuário 4.144 do <strong>DE</strong>OPS/ SP. Iniciase<br />

aos 3 de julho de 1937 e fecha-se aos 17 de janeiro de 1938, com a ordem de expulsão<br />

do Brasil, dele e da sua família. Domingo Rex foi preso e indiciado por, sob a sua condição<br />

de professor e de representante do governo republicano, proferir palestras e discursos<br />

enaltecendo os benefícios da II República. Devido a isso, ele foi considerado um agente<br />

subversivo e um agitador da colônia espanhola de São Paulo que devia, portanto, ser<br />

banido. De Domingos Rex localizamos a obra A través de España y otros ensayos (Rex,<br />

254 O posicionamento do regime varguista em relação ao nacional-sindicalismo espanhol mudou após a<br />

declaração do Brasil de guerra ao Eixo. Assim, em 1944, publicava-se, no Rio de Janeiro, o livro traduzido<br />

Falange – O exército secreto do Eixo na América, de Allan Chase (1944), traduzido do inglês, em que se<br />

denunciavam as atuações da diplomacia espanhola em favor da causa nazi-fascista.<br />

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