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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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alienígena, o que atrasa a assimilação, que se apressa naquele outro caso, em que cada grupo<br />

estrangeiro tem pela frente sempre dois outros, o que dilui a competição, rivalidade e intenção de<br />

isolamento (Rangel, 1951: 429).<br />

Os dados para o desenvolvimento do estudo foram obtidos mediante inquéritos a<br />

alunos do ensino médio e mediante consultas dirigidas aos leitores de dois periódicos da<br />

zona (o questionário elaborado por Rangel, junto a umas orientações para o seu<br />

preenchimento – a “maneira de responder” –, é reproduzido no final do texto, na forma de<br />

anexo). Rangel justifica a sua pesquisa pela lacuna de estudos sobre os resultados, no<br />

folclore, das inter-relações entre os grupos de estrangeiros e os brasileiros no Estado de São<br />

Paulo e esclarece que a perspectiva da sua pesquisa é “funcionalista”, isto é, objetiva-se a<br />

compreensão das funções desempenhadas pelo folclore na sociedade. Embora indique que a<br />

influência espanhola no folclore paulista remonta-se à União Ibérica, quando se assentaram<br />

no Piratininga numerosas famílias espanholas e se intensificaram os contatos comerciais<br />

com os Vice-reinados de Castela, Rangel concentra a sua pesquisa de campo nos núcleos<br />

hispano-brasileiros formados, como conseqüência da imigração, nas regiões paulistas Alta<br />

Sorocabana, Alta Noroeste e Alta Araraquarense, nas quais se produzira uma<br />

“espanholização intensa”, mas adverte que muitos dos traços do folclore paulista<br />

considerados uma conseqüência da influência dos espanhóis não são tais, “senão simples<br />

paralelismo ou meramente comunidade do nascedouro luso-hispânico” (Rangel, 1951:<br />

401). Assim como fora interpretado por Alfredo Ellis, Rangel assinala, por um lado, que a<br />

concentração de espanhóis nessas regiões promissoras de colonização pioneira se devera ao<br />

preço baixo da terra e ao espírito de aventura e, por outro, que a mobilidade intensa dos<br />

espanhóis favorecera a sua miscigenação através de casamentos interétnicos. As influências<br />

do folclore espanhol sobre o paulista são agrupadas nas três seguintes secções: (a) magias e<br />

superstições; (b) adivinhações, parlendas, provérbios, modos de dizer; (c) acalantos,<br />

cantigas, murgas, coplas. Dedica uma secção à parte ao rancho satírico de Catanduva<br />

chamado “Murga de Dotores”, do qual traça, e analisa, a sua história e recopila algumas das<br />

suas canções, reproduzindo as letras e expondo algumas considerações sobre as melodias –<br />

combinações de marchinhas e paso dobles – e coreografias. A letra preparada pela “Murga<br />

de Dotores” para o Carnaval da Vitória, em 1946, é copiada no artigo – 90 estrofes escritas<br />

por Edie José Frey, modificadas “pelo Maesrtro F. de Chiara” –. Reproduz-se, outrossim, a<br />

foto tirada desse grupo de murgistas, nesse ano, e a partitura das três primeiras estrofes.<br />

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