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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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portanto, à expansão do comércio exterior, e, por outro, e em compensação, se mostra a<br />

importância que tinham, para as comunicações, as rotas fluviais e marítimas 622 . Apesar do<br />

grave déficit em vias de comunicação modernas, Meijide (1957: 295) estima que,<br />

inevitavelmente, em um futuro não distante, o Brasil converter-se-ia no eixo das<br />

comunicações do continente 623 . Todavia, reportando-se a um artigo de 1955 da autoria de P.<br />

Monbeig 624 , informa que a balança comercial do Brasil, na época, era deficitária. Essa<br />

indicação constitui a ressalva mais contundente de Meijide à situação financeira do<br />

comércio brasileiro, mas ele matiza esse risco apontando que a rentabilidade da produção<br />

industrial no Brasil, como país subdesenvolvido e dependente, se devia à conjuntura<br />

internacional e não à sua riqueza em matérias primas:<br />

es conveniente señalar que, muy recientemente, la coyuntura comercial brasileña atraviesa por una<br />

crítica situación, que afecta asimismo al programa de industrialización y fortalecimiento de la<br />

economía nacional. El obstáculo mayor es de orden financiero. Las ventas de café, la principal<br />

constituye un serio ‘handicap’ al progreso de la industrialización, además de conseguir mejores enlaces<br />

internacionales con los países vecinos” (Meijide, 1957: 300). Por sua vez, da rede rodoviária – item Carreteras<br />

– Meijide (1957: 308-12) informa que, comparativamente à superfície nacional, é a menor em longitude da<br />

América do Sul e, pontificando, assevera “En síntesis, la densidad del tráfico rutero y su valor comercial<br />

adquieren todavía menos relieve que el de las vías férreas” (Meijide, 1957: 308). O autor considera que só<br />

eram modernas algumas estradas do Sudeste, especialmente algumas de São Paulo, e a “autopista” Rio de<br />

Janeiro-Salvador, e indica que a construção de rodovias em direção ao Centro-Oeste seria fundamental para<br />

conseguir o assentamento de imigrantes na região.<br />

622 No item Las rutas fluviales, Meijide (1957: 295-99) refere-se à bacia hidrográfica brasileira em relação ao<br />

seu aproveitamento para o transporte. Assim, menciona quais são os principais rios de cada região para as<br />

comunicações estaduais e interestaduais, especifica quais eram as partes do curso aptas para a navegação e<br />

que tipo de embarcações eram utilizáveis nelas. Em relação ao transporte por mar – item La circulación<br />

marítima (Meijide, 1957: 314- ) –, o autor comenta que só há dois portos – Santos e Rio de Janeiro – com<br />

categoria internacional e adequadamente equipados, e que a frota mercante tinha pouca capacidade de carga,<br />

dentro do cômputo mundial, e não estava modernizada. Meijide descreve os principais portos brasileiros,<br />

tanto os fluviais (Manaus e Belém) quanto os marítimos, do Nordeste ao Rio Grande do Sul, assinalando a sua<br />

estrutura e o volume dos produtos que neles eram embarcados.<br />

623 O cap. IX não contém uma conclusão no final. Encerra-se com o item El comercio exterior, sem que o<br />

autor se pronuncie oferecendo um comentário sintético sobre a “Geografía de la circulación” a partir dos<br />

dados que apresentara. A conclusão, como nos outros capítulos da obras, encontra-se no item introdutório<br />

[Caracteres generales]. É nele onde Meijide (1957: 295) oferece a sua opinião otimista acerca da construção<br />

de vias de comunicação terrestres que permitissem superar as dificuldades de conexão do interior brasileiro<br />

com o litoral: “Si el acusado déficit en rutas modernas de circulación obstaculiza la explotación en regla de<br />

los ingentes recursos del país y frena el programa de industrialización, en esta permanente lucha contra ‘la<br />

tiranía de la distancia’ parece existir un amplio margen para el optimismo en el fututo. Primero, porque Brasil<br />

es una de las naciones del continente, con Argentina, potencialmente mejor dotadas a este respecto desde el<br />

punto de vista geofísico; además, por su enclave logístico, Brasil desempeñará un papel relevante en la vida<br />

de relación del bloque suramericano. Como futura ‘plataforma giratoria’ de Sudamérica, Brasil contaría para<br />

ello con una gran amplitud de fachada marítima, de fronteras terrestres, y con un ‘formidable núcleo central’<br />

en cuya periferia se adosan numerosas nacionalidades y, por último, el creciente impulso dado a la<br />

navegación aérea transformará al país en una auténtico ‘carrefour’ de enlaces internacionales del continente”.<br />

624 Meijide (1957: 323) cita o artigo Fer et métallurgie au Brésil (p. 56) do periódico L’Information<br />

Géographique, vol. XIX, n. 2, 1955.<br />

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