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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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quatro livros de poesia publicados por Carneiro Monteiro – Brasil rimado, Estado Novo,<br />

Arriba, España! e Hino à Bandeira, tem que datar de entre 1943, ano de publicação de<br />

Brasil rimado, e 1965, quando se publicou o Hino à bandeira. O conteúdo do poema faznos<br />

crer que ele foi composto em datas bastante próximas do final da Guerra Civil<br />

espanhola. Nos versos de Arriba, España!, exalta-se a história do país, desde a derrota dos<br />

mouros à colonização de América, e cantam-se alguns dos seus traços considerados<br />

singulares pelo autor: “Com o perfume sutil do cravo e da baunilha,/ Doaste, ao Mundo, um<br />

mimo que é Sevilha.// E de Bilbao, Barcelona e da bela Vigo,/ Fizeste um trio floral, no<br />

solo amigo”. O poema encerra-se com um epifonema dedicado à Falange:<br />

Rochedo secular, da liberdade – o flanco,/ Pátria da Luz, da Fé e do imortal Franco.// Povo que por<br />

um beijo é impetuoso ou langue,/ Mas cuja história é aljofrada em sangue.// E a Espanha num gesto<br />

de civismo,/ Esmaga, sem temor, as garras do extremismo,// O teu heroísmo excelso se proclama/ No<br />

cerco de Madrid, em Guadarrama!...// Ergue-te altaneira oh! Espanha adorada,/ terra da cachucha, da<br />

mantilha e da tourada!...// Sublima a tua glória, brande o teu alfanje,/ mantendo de pé os brios da<br />

FALANGE!... (Monteiro, s.d.: 9).<br />

Não localizamos, caso a tivesse, a fortuna crítica desse produto. Encontramos, no<br />

entanto, elogiosas resenhas dedicadas a Brasil rimado; há, entre elas, uma manifestação do<br />

imortal Olegário Mariano em sessão solene da ABL de 4 de novembro de 1942. Em Arriba,<br />

España!, apesar de se aclamar a América hispânica, não se assinala nenhum vínculo entre a<br />

Espanha e a formação do Brasil, nem se menciona o labor dos imigrantes espanhóis. Essa<br />

obra, contudo, patenteia que, a pesar de o Brasil haver lutado contra o Eixo, era possível,<br />

sendo o autor um funcionário da União, a publicação de uma obra que contivesse uma<br />

declaração de simpatia a Franco e à Falange.<br />

Estando no Brasil a serviço das relações internacionais do Estado espanhol, o<br />

camisa vieja Ernesto Giménez Caballero publicou pelo serviço de publicações da<br />

Universidade da Bahia, em 1958, Bahia de Todos os Santos e de Todos os Demônios, com<br />

desenhos de Lenio. Trata-se de um livro em que o autor narra as suas impressões da viagem<br />

por Salvador, uma viagem feita poucos meses antes da publicação do livro. Nessas<br />

impressões combina-se a crônica das experiências tidas durante a estada com a exposição<br />

da erudição do autor sobre a história baiana e com a reflexão sobre os exotismos da<br />

identidade afro-brasileira. Esses apontamentos foram publicados previamente como artigos<br />

periodísticos. O livro está divido em cinco capítulos – Bahia e os espanhóis; Bahia de Lope<br />

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