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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Ele decidiu contribuir ao preenchimento dessa lacuna bibliográfica mediante um<br />

trabalho interdisciplinar guiado por pressupostos da História Social, na sua vertente de<br />

História das Cidades, em que se reuniram dados procedentes da legislação e de órgãos<br />

executivos federais e mineiros do período estudado (1890-1930), relatórios da Hospedaria<br />

de Imigrantes Horta Barbosa, de Juiz de Fora-MG, e o livro de legalização dos espanhóis<br />

que entraram em Belo Horizonte desde a implantação do Consulado da Espanha, em 1917.<br />

É no capítulo V, “Os espanhóis em Belo Horizonte”, onde Renato de Assumpção e<br />

Silva aborda os seus objetivos, pois os anteriores capítulos constituem um compêndio de<br />

dados sobre a história da presença de estrangeiros no Brasil, desde a descoberta até a<br />

consolidação do processo migratório durante a República Velha. Nesse capítulo, o autor<br />

menciona alguns padres e exploradores espanhóis que estiveram em Minas Gerais nos séc.<br />

XVI e XVII 193 – o missionário jesuíta João de Aspilcueta Navarro, considerado “o primeiro<br />

apóstolo de Minas”, seria o primeiro espanhol que teria penetrado na região –, aponta a<br />

presença de um espanhol em uma bandeira – o espanhol Rodrigo de Castelo Branco,<br />

fazendo parte da bandeira de Borba Gato – e nomeia uma fazenda da região do Rio das<br />

Mortes – “o principal centro produtor de gêneros alimentícios das Minas Gerais –, da<br />

década de 1810, que se supunha pertencia a um espanhol: a “Fazenda do Castelhano” 194 .<br />

Após aludir aos motivos que provocaram a decisão da mudança da capital de Minas Gerais<br />

para uma nova cidade construída seguindo um planejamento urbano higienista,<br />

mencionam-se os profissionais qualificados espanhóis que chegaram à região do perímetro<br />

urbano fixado para a nova capital para participarem, como mestres-de-obras, construtores,<br />

193 O bandeirismo e os conflitos luso-castelhanos acontecidos no séc. XVII em relação ao controle da região<br />

Sudoeste brasileira foram literaturados por Plínio Salgado em A voz do Oeste (1934).<br />

194 A remissão à época colonial é freqüente nos trabalhos que estudam a presença espanhola no Brasil. No<br />

periódico Lectura pedagógica de la realidad “vasco-brasileña” (2004) da Eusko Ikaskuntza – Sociedad de<br />

Estudios Vascos, consta um artigo de Estebe Ormazabal Insausti (Ugartetxea, 2004: 55-137), intitulado Los<br />

vascos de Brasil. Aproximación a una historia desconocida, em que se remonta a presença basca no Brasil a<br />

meados do séc. XVI devido à participação de jesuítas bascos e navarros nas primeiras missões<br />

evangelizadoras do território. Um dos autores – Ormazabal – (Ugartetxea, 2004: 98), inclusive considera que<br />

em 1549 aconteceu a chegada do primeiro euskaldun ao Brasil. Ele seria o jesuíta navarro José de Azpilicueta<br />

Navarro, radicado em Salvador e em Porto Seguro. O autor também acrescenta à relação de primeiros bascos<br />

no Brasil o jesuíta canário José de Anchieta, por sua ascendência navarra. A evocação, motivada por uma<br />

vontade de exaltação da ascendência espanhola, de personagens históricos da época colonial, pode derivar na<br />

composição de estudos sobre esses personagens. Assim, em 1991, Duílio Crispim Farina, então presidente da<br />

Academia Paulista de História e da Academia Hispano-Brasileira de Ciências, Artes e Letras, e membro da<br />

Academia Paulista de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em homenagem aos seus<br />

“ancestrais ibéricos” – os Farinhas –, publicou uma obra, intitulada Sarmiento de Gamboa no Brasil, em que<br />

traça uma biografia desse navegante que participara em 1584, como tripulante nas naves de Flores Valdés,<br />

nos combates contra o corsário inglês Edward Fenton nas costas de São Vicente.<br />

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