26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Xosé María García Rodríguez escreveu também um poema dedicado ao samba e,<br />

um outro, ao futebol carioca, Sambas e ¡Pra o frente, Botafogo!, respectivamente, ambos<br />

incluídos na quarta parte do livro – Cantares da xente –. Com ¡Pra o frente, Botafogo!<br />

encerra Brasil, historia, xente e samba-canción. Sambas (García, 1977: 108-110) é a<br />

descrição de uma festa noturna carioca, logo após um jantar. Nessa descrição, o autor insere<br />

ponderações suas acerca do poder simbólico e da contribuição do samba na identidade<br />

brasileira:<br />

E noite de festa./ Samba que te samba, samba unha paulista/ que tén ollos verdes e se chama Crara,/ e<br />

unha paranaense, louriña e bonita,/ que con moito xeito, noméase Aurea.// Amar ao Brasil é bailala<br />

samba,/ quen non baila samba non ama ao Brasil,/ e a rimo de samba chegaron ao Río,/ os<br />

revolucionários, farroupilhas cáseque,/ de Xetulio Vargas. Tamén eu e ti. (García, 1977: 108).<br />

O samba, e as sambistas – a paulista e a paranaense –, são contrastados com o rock,<br />

que baila uma moça francesa: “E noite de festa/ e dimpóis da cea, unha francesiña,/<br />

Monique, nun ‘rock’, pónlle as contorsioes,/ dozura esquisita, un pouco picante,/ coma a<br />

carantoña dunha rapariga,/ logo de pasada a hora lostregante/ do amor” (García, 1977: 108).<br />

Diz o autor que o rock findou, mas que o samba não acaba, pelo qual a francesa fica<br />

zangada (“Monique retorce o fuciño e dí despeitiva: ¡Bah!” García, 1977: 109). Trata-se de<br />

uma festa organizada em um sala por Carlos Machado, na qual soa música do Ary Barroso<br />

e atua Aurora Miranda – “a irmán de Carmen, que nas nosas almas é/ bahiana lembranza,/<br />

de inesquecibres, doces radiaciós.” (García, 1977: 109) –, na que estão presentes a<br />

“rebuldeira americana” Elsa Maxwell e Maharani Brinda de Kapurtala – “as duas son<br />

baixiñas e gordas e feas” García, 1977: 110) –. Elas, porém, não dançam, o qual faz com<br />

que o autor se pergunte:<br />

Non saben sambar. ¿Qué fan no Brasil?/ Quen non baila samba non ama ao Brasil/ E quen baila<br />

samba/ pode amalo tanto como Xetulio Vargas,/ que traxo aos gaúxos/ – farroupillas, cáseque –/ a<br />

cantalas sambas, nas rúas do Río/, onde il lle metéu, a súa cachola, fogo de fusil. (García, 1977: 110).<br />

Em ¡Pra o frente, Botafogo!, o autor canta o entusiasmo que provocou no frade<br />

Venancio Mateus, “de Minas Xerais”, a vitória em um jogo do Botafogo contra o<br />

Fluminense no Maracaná. Há um refrão, supostamente coroado por uma multidão, que é<br />

repetido três vezes: “¡Pra o frente, Botafogo!/ Hoxe tí es máis grorioso/ túas grorias son<br />

mil...”. No poema verseja-se o diálogo que mantém esse frade, chegado ao Rio de trem,<br />

com o autor. O diálogo acontece durante o regresso, também de trem, do frade a Minas;<br />

868

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!