26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

soldado Luiz Gonzaga das Virgens [Luís das Virxens], o mestre alfaiate João de Deus<br />

Nascimento [o xastre Xan de Deus do Nascimento], o aprendiz de alfaiate Manuel Faustino<br />

dos Santos Lira [o pasquineiro Manoel Faustino]), aos quais o poeta se dirige:<br />

Indixentes, meus probes, nada tiñan,/ e aínda son indixentes pras historias./ ¿Quén vos lembra? ¡Só<br />

eu, probe e coitado,/ co istes versos, para vós, ramos de rosas!// E deixo enriba dos nomes<br />

esquecidos,/ riba das vosas esquecidas fosas,/ nos locaes onde foron vosos restos,/ onte vergoña,<br />

hoxe luz de groria,// os exempros dun Franco ventureiro,/ ou do lontano e misterioso Mao,/ que<br />

morren, mas súas camas, tranquiliños,/ bieitos polas musas ou os santos.<br />

A independência do Brasil é versejada focalizando o momento simbólico<br />

conformado pela insurreição do infante D. Pedro com o soneto O grito perto do riacho<br />

Ipiranga (García, 1977: 68).<br />

Xosé María García Rodríguez não viajara ao Brasil para fazer turismo, senão para,<br />

sendo um funcionário consular espanhol, receber a honraria de Comendador da Ordem<br />

Nacional do Cruzeiro do Sul. Aproveitando esse ensejo, percorreu e apreciou, no segundo<br />

lustro da década de 1950, as regiões Norte, Nordeste e Sudeste do país como um viajante<br />

estrangeiro não-imigrante. A sua experiência de entrosamento social com os nativos e a sua<br />

visão da história do Brasil foi divulgada, duas décadas depois, em poemas que, por sua vez,<br />

refletem que o posicionamento predominante do autor perante as suas vivências no Brasil<br />

fora o de um turista. Xosé María García Rodríguez, advogado graduado em Deusto e juiz<br />

de direito espanhol 643 disse que ele emigrara à República Dominicana, embora em Santo<br />

Domingo, e, logo, no seu destino em San Juan (Puerto Rico), acabasse exercendo<br />

profissões – chanceler na Embaixada de Espanha em Santo Domingo e funcionário no<br />

Consulado Geral de Espanha em Puerto Rico – não próprias de um imigrante 644 . Em San<br />

Juan ele foi um destacado colaborador e um dirigente das principais entidades fundadas<br />

pelos imigrantes espanhóis – Casa de España en Puerto Rico e Sociedad Española de<br />

643 O afastamento, do seu cargo de juiz, de García Rodríguez foi informado pela “Orden por la que se dispone<br />

que don José María García Rodríguez continúe en situación de excedencia voluntaria”, publicada no n.111 do<br />

Boletín Oficial del Estado em 21.04.1945. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2009.<br />

644 Na entrevista que concedera a La Voz de Galicia em 10.09.2002, intitulada “Soy de esos escritores que<br />

espera la fama tras la muerte” – Hijo de la colonia española en el Caribe, a los 90 años escribe sin descanso –<br />

(Disponível em: ; acesso em: 28 jun.<br />

2009), declarara o seguinte a respeito da sua ida à República Dominicana e da sua obtenção do cargo de<br />

chanceler: “Emigré tras trabajar como periodista y magistrado, y cuando llegué a Santo Domingo, en la<br />

embajada no se creyeron que fuera juez. Fue bastante gracioso, y marcó el comienzo de una etapa en la que<br />

asistí en primera persona a la dictadura de Trujillo. […] El embajador me sacó de las garras de la policía en<br />

más de una ocasión, y también me hizo canciller para protegerme. Tras un malentendido por una obra de<br />

teatro que yo había escrito, Trujillo ahorcó al protagonista de la pieza como advertencia hacia mí”.<br />

881

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!