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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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tempos, por questões políticas e sociais que se desenvolviam no cotidiano desses estrangeiros, de<br />

certo modo expressas nas suas reivindicações, em grande parte assumidas por entidades<br />

representativas que contribuíram ao processo de inserção social dos espanhóis na cidade.// Esta<br />

pesquisa trata da imigração espanhola em Minas Gerais, no período de 1890 a 1930. Nesse contexto,<br />

destaca-se a construção da nova Capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, que demandou um número<br />

significativo de mão-de-obra para a sua execução. Nesse contingente os espanhóis tiveram certa<br />

expressividade. Entre os trabalhadores vindos para executar o projeto da nova Capital, tratar-se-á<br />

especificamente da inserção dos espanhóis na sociedade, apresentando as dificuldades enfrentadas,<br />

nesse processo, por esses imigrantes que, em número pequeno, não formaram bairros próprios que os<br />

mantivessem unidos, mas que mesmo assim procuraram, por intermédio do Grêmio Espanhol e do<br />

Consulado, manter contato constante entre si e não perder sua identidade nacional. A atuação desses<br />

imigrantes em nossa sociedade, pela própria natureza de suas condições culturais, se revestiu de<br />

determinadas peculiaridades e, sem ser ostensiva, ainda hoje marca presença, de forma discreta, mas<br />

firme.<br />

A dissertação compõe-se de 146 páginas, às que há que acrescentar ao redor de<br />

umas 200 páginas de anexos. Os anexos são a principal contribuição do autor para a<br />

investigação da presença espanhola em Minas Gerais, pois neles há, em primeiro lugar, a<br />

cópia de uma recopilação importante de documentos de censos 190 , feitos na Hospedaria<br />

Horta Barboza de imigrantes de Juiz de Fora, sobre a designação de lotes de terras a<br />

imigrantes e sobre a organização de colônias 191 ; em segundo lugar, há cópias de registros<br />

do Livro de legalizações do Consulado da Espanha em Belo Horizonte; em terceiro lugar,<br />

há uma soma da legislação estadual sobre imigração. O estudo está dividido em cinco<br />

capítulos, dos quais só o quinto é dedicado explicitamente aos espanhóis em Belo<br />

Horizonte. O primeiro intitula-se “Os espanhóis no Brasil: primeiros contatos”, o segundo<br />

“A grande imigração para o Brasil”, o terceiro “A imigração espanhola para o Brasil” e, o<br />

quarto, “A imigração para Minas Gerais e Belo Horizonte: a ação governamental” 192 . Na<br />

190 Os dados dos censos brasileiros, com discriminação dos espanhóis residentes em Minas Gerais, foram<br />

contrastados, nesta tese, com o registro histórico da colônia espanhola em possessão do Consulado Honorário<br />

da Espanha em Belo Horizonte.<br />

191 Elda González Martínez destaca a escassa participação espanhola nas colônias agrícolas mineiras entre<br />

1892 e 1912 no item La experiencia en Minas Gerais. Ele faz parte do capítulo El modelo colonizador en<br />

otros estados, no seu livro La inmigración esperada: la política migratoria brasileña desde João VI hasta<br />

Getúlio Vargas (González, 2003: 70-72).<br />

192 No capítulo I, “Os espanhóis no Brasil: Primeiros contatos”, Renato de Assumpção e Silva apresenta um<br />

resumo panorâmico da presença espanhola no Brasil, desde a descoberta até a chegada da família real<br />

portuguesa ao Rio de Janeiro, mencionando a chegada de espanhóis como conseqüência de escalas ou<br />

naufrágios nos reconhecimentos da costa oriental da América do Sul, das incursões no sertão, da<br />

evangelização, da luta contra os holandeses durante a União Ibérica e da descoberta do ouro na região das<br />

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