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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Até bem pouco tempo atrás, quem se aventurasse a publicar, no Brasil, um estudo especializado<br />

sobre imigração, correria o risco de o ver lido apenas por alguns amigos benevolentes...<br />

Completa era a apatia do povo brasileiro em relação a tão magno assunto.<br />

Agora, porém, que a opinião pública emerge de sua letargia e que os primeiros vislumbres de novas<br />

diretrizes administrativas se esboçam em promissores horizontes, oportuna é a apresentação deste<br />

modesto volume.<br />

Os problemas da imigração, que mais de perto nos interessam, são aqui focalizados tão sucintamente<br />

quanto possível.<br />

Com este despretensioso trabalho visamos apenas despertar a atenção dos brasileiros conscientes<br />

para uma série de questões do mais alto e palpitante interesse nacional. Os seus três primeiros<br />

capítulos, aparentemente divorciados dessas finalidades, são de todo necessários à compreensão de<br />

muitos pontos contidos nos restantes.<br />

Tratando de teses difíceis e assaz controvertidas, natural é que descubram os doutos, os competentes,<br />

em nosso estudo, imperfeições e deficiências. Que essas lacunas suscitem empreendimentos mais<br />

autorizados (Revorêdo, 1934: 5-6).<br />

Nos três primeiros capítulos a que se refere o autor (Título I – Necessária exposição<br />

preliminar) desenvolve-se uma detalhada conceituação sociológica e jurídica do fenômeno<br />

migratório. Compara-se a orientação e a situação da política migratória de vários países,<br />

colocando-se como paradigma, para o Brasil, de política de Estado, o tratamento legislativo<br />

que era dado à questão migratória, desde 1875, nos Estados Unidos, ano em que se<br />

começara a estabelecer diretrizes de restrição qualitativa e quantitativa para os estrangeiros<br />

a fim de se evitar que os Estados Unidos continuassem sendo “o refúgio preferido a toda<br />

sorte de aventureiros, ociosos e criminosos perseguidos pela justiça de outros países”<br />

(Revorêdo, 1934: 35). No entanto, apesar da minuciosidade da legislação estadunidense<br />

sobre imigração, Revorêdo aponta que as características da sociedade brasileira marcam<br />

uma diferença essencial com a norte-americana. Ela devia-se à capacidade assimiladora do<br />

melting-pot brasileiro e ao tratamento cordial que recebiam, no Brasil, os estrangeiros, e, à<br />

conseqüente, ausência de discriminação:<br />

A participação do índio em nosso melting-pot é também das mais ponderáveis.<br />

Sobre o mediterrâneo suficiente é dizer que se trata de um nosso irmão de sangue. Ele deu e continua<br />

a dar à nossa formação étnica a maior das contribuições.<br />

No que diz respeito ao nipônico, a observação menos atenta no-lo apresenta cada vez mais<br />

empenhado em aprender o nosso idioma e a adotar a religião professada pela imensa maioria do povo<br />

brasileiro.<br />

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