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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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internacionalismo só se poderá assumir através do conhecimento que proporcionam as<br />

viagens, que ensinam a fazer mundo da própria pátria. Salienta Las Casas:<br />

Não se ama o desconhecido; o conhecimento, pois, é condição essencial do nosso amor. Conheçamonos<br />

os homens, e tanto quanto possível; vivamos, bem que acidentalmente, outros costumes, outros<br />

hábitos, outros climas; prendamos os nossos olhos nas mais estranhas paisagens, nas mais<br />

insuspeitadas perspectivas. Perante o desconhecido e o exótico, a nossa personalidade se acentuará e<br />

fortalecerá, mas não esquiva e hermética, senão aberta e expressiva, curiosa e amável – cordial (Las<br />

Casas, 1937b: 55).<br />

Esse conhecimento fará possível a compatibilidade entre o patriotismo e a<br />

convivência internacional, sendo assuntível que cada nação, como célula, faz parte do<br />

organismo universal – a humanidade – 508 . Contudo, para que isso aconteça, Las Casas<br />

sustenta que é fundamental que os homens se adaptem, em primeiro lugar, a conviver de<br />

forma plena, desde o equilíbrio racional e da moral, na sua pátria e na sua nação, encarnado<br />

os valores identitários que são inerentes a estas:<br />

Nenhuma pessoa sensata pode sustentar que o ideal internacionalista deva conduzir a um idioma<br />

único, a uma lei única, a um hábito único. Internacionalismo são e eficaz, é colaboração e<br />

interdependência, diálogo, assistência mútua, solidariedade, e para que o diálogo seja possível e a<br />

assistência proveitosa, é necessário que tanto o interlocutor como o assistente, gozem de plena<br />

personalidade. Não podemos dialogar com nós mesmos, nem amparar se somos débeis. Os homens<br />

generosos se entendem em línguas diferentes, e os egoístas se injuriam no mesmo idioma; os de forte<br />

vida espiritual se compreendem em todos os cultos, e os fanáticos se repudiam no mesmo credo. A<br />

nossa nação não pode constituir um fim em si, contudo, devemos compreende-la como um meio para<br />

atingir o supremo fim da felicidade de todos os homens.<br />

Dentro da nossa pátria devemos estimar e respeitar o estrangeiro, sem estrangeirarmo-nos nunca;<br />

procurar entender e falar todas as línguas possíveis, mas expressar a própria cultura na nossas; ajudar<br />

a todos os necessitados do mundo, mas depois de atender e confortar os nossos; alentar e auxiliar a<br />

todos os povos oprimidos, mas garantindo primeiro a independência da própria nacionalidade.<br />

508 Las Casas (1937b: 55-56) expõe a sua visão sobre a estrutura da nação criando uma alegoria baseada na<br />

célula: “Dentro do nosso âmbito nacional encontramos, ou devemos encontrar, os elementos necessários de<br />

vida: um núcleo – a nossa história, um endoplasma – nosso sistema econômico, e um protoplasma – o limite<br />

do nosso complexo etnológico. Mas uma célula por si só, isoladamente, não é mais que um tema de<br />

investigação e análise; temos de compreende-la em plena fisiologia – em razão de Estado – e temos de<br />

estiam-la ainda a outras células semelhantes e formando um tecido capaz de excerto e reprodução, em<br />

convívio com outras nacionalidades irmãs. Nossa célula, a nossa pequena ou grande nacionalidade, há de<br />

estar garantida em nutrição cômoda e assimilação fácil, e havemos de integrá-la num organismo cheio de<br />

vida, que é, no final de contas, a humanidade, porém, mantendo-a sempre singular e em função<br />

peculiaríssima”.<br />

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