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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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terras galegas sentimos o carinho, a deferência, a simpatia com que fomos tratados quando dissemos<br />

da nossa nacionalidade, gerando até situações constrangedoras quando estávamos em grupos de<br />

outros americanos e sentíamos que nos destacavam e nos tratavam de maneira toda especial. Para<br />

não ficar sem um exemplo concreto o que vimos dizendo, contaremos em traços rápidos um fato só,<br />

dos muitos sucedidos, em que podemos comprovar a veracidade do que afirmamos: em um dos<br />

povoados que paramos durante nossa excursão, ao saberem os habitantes que fazia parte do grupo<br />

um brasileiro, vieram algumas pessoas procurar-nos e convidar-nos para uma feijoada na casa de um<br />

brasileiro. Admiramo-nos de haver ali um brasileiro residente, mas prazerosamente aceitamos o<br />

convite. Qual não foi a nossa surpresa de não encontrar na casa nem um só brasileiro, pois todos<br />

eram genuinamente galegos; perguntamos a que se devia aquilo; sorridentes e ao mesmo tempo que<br />

demonstrando admiração pela nossa ignorância do fato, nos informaram de que o chefe da família<br />

vivera muitos anos no Brasil e que tinha lá vários parentes. Comemos muito bem e até nos sentimos<br />

um tanto embaraçados, tal a maneira cordial e afetiva que fomos tratados, como se já pertencêssemos<br />

àquela família. Significativo e comovente mais ainda foi o fato de estar hasteada a nossa bandeira, o<br />

querido e belo Pavilhão Brasileiro.<br />

Pensamos que em face desse exemplo só, o caríssimo leitor pode bem aquilatar o quanto somos<br />

queridos, quanto o nosso País é, vale e merece para os nossos irmãos da Galícia (Madureira, 1967:<br />

320-21).<br />

A Galiza faz parte do repertório temático da poesia de Godofredo Filho [Godofredo<br />

Rebelo de Figueredo Filho] (1904-1992). Ele escreveu, a partir de 1956 e na norma<br />

isolacionista da língua galega, uns poemas reunidos em 1986 sob o rótulo Musa Gallega<br />

(Filho, 1986: 167-205), sendo encabeçados pela citação de um verso de Curros: “Non, ti<br />

non morrerás, céltiga musa...” (Filho, 1986: 171). Esse conjunto de nove poemas compõe a<br />

terceira seção dos Poemas Volúveis, quinta parte da antologia intitulada Irmã Poesia:<br />

Seleção de Poemas (1923-1986), uma edição da Tempo Brasileiro carioca em parceria com<br />

a Secretaria de Estado da Educação e Cultura da Bahia e com a Academia de Letras da<br />

Bahia.<br />

Os poemas que compõem Musa Gallega são os seguintes: Noiturno em Santiago,<br />

Canzón que xurde da lua, Romeiría (datado em 1962), D’o ermo, Canzón do mar de Vigo<br />

(com a citação do verso Ay ondas que eu vin veer!, de Martin Codax), Auga e tempo,<br />

Maino, Chove em Santiago, Canto gratulatório ó Padre Ignacio Domínguez González, pola<br />

sua festa de presbiteriano, a 29-06-1967, en Vigo, Choiva galega (com a citação dos versos,<br />

de Eladio Rodríguez González, Non se sabe si é que sobe,/ nin se sabe si é que baixa).<br />

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