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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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amor e chega-se à obra de García Lorca, embora a maior parte das críticas referiram-se a<br />

produtores do séc. XIX. No final da obra o autor inseriu uma bibliografia de uns 460 títulos<br />

com vistas ao auxílio de quem estivesse interessado em se informar sobre a cultura<br />

espanhola 414 . São escassos, no entanto, os comentários às relações ou aos intercâmbios<br />

culturais entre o Brasil e os territórios hispano-falantes. Sánchez-Sáez dedica dois<br />

parágrafos à fortuna crítica da comédia lopesca El Brasil Restituído, salientando o estudo<br />

crítico intitulado Lope de Vega publicado em 1935 pelo hispanista brasileiro Ivan Monteiro<br />

de Barros Lins e menciona, sem o qualificar, o estudo Calderón de la Barca, de Teixeira de<br />

Souza – “generoso e sincero enamorado de nossa cultura” –, publicado no Rio em 1936<br />

pela Igreja Positivista do Brasil. No capítulo Educar e Informar, Sánchez-Sáez combina<br />

uma breve dissertação sobre os métodos, e as conseqüentes polêmicas, para o ensino da<br />

cultura literária com uma lamentação sobre a ínfima divulgação e conhecimento, tanto na<br />

Espanha quanto no estrangeiro, da “literatura clássica espanhola”. Por um lado, o autor<br />

afirma que tem exortado os escritores e professores de origem peninsular a serem mais<br />

sinceros nos seus livros e cátedras, mais claros nas suas conceituações, mas abertos aos<br />

estudos comparativos com outras culturas e menos secos e autoritários no magistério. Por<br />

outro lado, o autor acredita que o escasso conhecimento da cultura espanhola no exterior é<br />

acompanhado de deliberada parcialidade entre alguns estudiosos espanhóis da literatura e<br />

alguns hispanistas devido à seleção tendenciosa e interesseira de autores, obras e<br />

movimentos estéticos. No tocante ao Brasil, Sánchez-Sáez, embora ache que o hispanismo<br />

ainda estava, na década de 1930, em uma fase inicial de desenvolvimento, considera que os<br />

poucos trabalhos publicados merecem o seu elogio:<br />

poderíamos citar o “Manuel José Quintana” de Latino Coelho, já divulgado na península por<br />

Federico de Onis e, também, os admiráveis e profundos estudos do sábio humanista Fidelino de<br />

Figueiredo, que reafirmam e sintetizam um estado de cultura, do qual não nos podemos afastar.<br />

Convem. Além disso, lembrar o “Romancero del Cid” do douto Miguel Lemos, obra essa, obra essa<br />

que foi incorporada à Biblioteca Positivista e na qual o autor justifica o desejo de fortalecer o<br />

intercâmbio cultural ibero-americano.<br />

414 Eis a justificativa dada para a inserção da bibliografia: “O autor julgou conveniente juntar a esta obra, uma<br />

ampla secção de Bibliografia Espanhola, para que os leitores do Brasil, em vista das deficiências de<br />

documentação literária, possam consultar com facilidade, os elementos indispensáveis para o estudo da<br />

cultura peninsular” (Sánchez-Sáez, 1942: 237).<br />

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