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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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são facilitadas pela forma de ser do mineiro, um indivíduo cordial, hospitaleiro, obsequioso<br />

e esplêndido que Casais incorpora à quixotesca “escuela de Camacho” 460 .<br />

Das cidades coloniais mineiras, Casais visita Sabará, Ouro Preto, Mariana, São João<br />

de El-Rei e Diamantina, “donde todo es arte y olor de santidad” (Casais, 1940: 171). De<br />

todas elas faz uma resenha histórica, uma descrição da paisagem e das lavouras da<br />

mineração do entorno, uma exposição das suas atrações turísticas – igrejas barrocas,<br />

palácios e mansões, mobília colonial, pontes, chafarizes, ruas pitorescas, bairros castiços,<br />

atmosfera social tradicional – e uma avaliação do desenvolvimento das atividades<br />

industriais e comerciais. Traça também sumários perfis de agentes ilustres dessas cidades –<br />

Aleijadinho, Luís da Cunha Meneses – e refere-se aos inconfidentes. De todas essas<br />

cidades, aquela da qual mais gosta é Ouro Preto – “Ciudad Monumento” –, perante a qual<br />

delira:<br />

Ouro Preto. Paseando por las viejas ruas de Ouro Preto tengo la ilusión de vivir en una de esas<br />

ciudades nacidas en los comienzos de la Edad Media. No hay en Minas otra que la iguale. Del Brasil<br />

que yo conozco, tal vez Goyaz. Llevan la marca del tiempo no solo las cosas, sino las personas y los<br />

hábitos. [...] La ciudad de los Inconfidentes debería conservarse inhabitada como un museo. En ella<br />

cada piedra es una voz del pasado, de un pasado glorioso de héroes y de santos; de grandes hazañas,<br />

de grandes virtudes, de grandes amores. Llegarían diariamente caravanas de romeros y peregrinos a<br />

saludarla de rodillas. Por las ruas empinadas de la Ciudad Monumento vemos pasar aún las sombras<br />

de aquellos santos y de aquellos héroes. ¡Magnífico escenario para representar en piezas teatrales, en<br />

dramas augustos, las más bellas páginas de la historia del Brasil! (Casais, 1940: 157, 160).<br />

Casais também se detém em pormenores no relato na sua estadia na cidade de<br />

Diamantina, na qual encontra, contrastando com os outros destinos coloniais mineiros, uma<br />

“vida animada”. Em Diamantina, Casais visita e descreve um garimpo, uma loja de<br />

antiguidades e pedras preciosas e semipreciosas, e uma oficina de lapidação. No seu<br />

460 Casais (1940: 147) compõe uma representação sobre os mineiros que acreditamos ser a primeira que<br />

redigiu um galego sobre eles. Trata-se, contudo, de uma representação a traços largos em que se sublinha que<br />

os mineiros possuem plenamente duas qualificações consuetudinariamente atribuídas aos brasileiros: a<br />

cordialidade e a hospitalidade. A essas duas, Casais acrescenta uma terceira: a esplendidez na recepção e o<br />

gosto pela fartura. Eis a descrição de Casais: “Finalmente concurre para hacer fácil y agradable el turismo<br />

minero, algo esencial al pueblo brasilero, que en Minas es substancia propia de sus habitantes: la cordialidad<br />

sin límites, la hospitalidad sin condiciones, el obsequio perenne al forastero. El minero vive con los brazos<br />

extendidos y la casa abierta. Da de comer al hambriento y posada al peregrino. Y en eso de comer y convidar<br />

son discípulos fieles de la escuela de Camacho. Los banquetes en las haciendas, por la esplendidez y<br />

abundancia, me recuerdan aquellas fiestas interminables de los magnates árabes. Por la selección de los<br />

manjares las superan aún. La cocina minera es deliciosa y fuerte. No sé por qué los hoteles de Belo Horizonte<br />

prefieren la cocina ‘standard’ universal, insípida, teniendo en casa recursos para satisfacer al más exigente”.<br />

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