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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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No capítulo VII – Minerales y recursos energéticos – discrimina-se, localiza-se<br />

geograficamente e descreve-se a riqueza mineira (ferro, manganês, ouro e diamantes, cristal<br />

de quartzo e mica, e “otros minerales estratégicos”) e os recursos energéticos do país<br />

(carvão, petróleo e energia elétrica) 616 , traçando-se, simultaneamente, a história da sua<br />

exploração. Meijide, embora indique que as fontes de energia brasileiras não satisfaziam a<br />

demanda do país 617 , estima que os seus minérios, muito cotizados nos mercados<br />

internacionais, permitiriam não só desenvolver a indústria nacional senão também “llevar a<br />

cabo la proyectada industrialización de Suramérica” (Meijide, 1957: 223). Em La<br />

expansión industrial, título do capítulo VIII, o autor explica, remontando-se ao exame do<br />

sistema colonial lusitano que proibia a produção, no Brasil, de manufaturas, a causa da<br />

tardia industrialização brasileira, e assinala que, a partir da década de 1890, a exportação do<br />

café permitira a acumulação de capital nativo, o qual, junto às medidas protecionistas e de<br />

fomento da produção fabril nacional, sobretudo dentro da crise do comércio exterior<br />

provocada pela Primeira Guerra Mundial, criou as bases para que prosperassem as<br />

indústrias no país. Elas, além do mais, puderam contar também com os “ingentes recursos<br />

naturales” brasileiros e, logo da abolição da escravatura, com uma “nutrida masa móvil de<br />

trabajadores” (Meijide, 1957: 263). Esse processo de industrialização é explicado, por um<br />

lado, mediante a sua divisão e caracterização em três períodos (1890-1914; 1914-1938;<br />

1939-1953) e, por outro, através do exame dos principais setores industriais consolidados<br />

(têxtil 618 , siderúrgico, do cimento, químico – seringueiro, da celulose, de ácido sulfúrico,<br />

soda cáustica e carbonato sódico –, alimentício e florestal). Embora apresente uma visão<br />

otimista sobre o futuro industrial do Brasil, Meijide assinala também alguns fatores que<br />

restringiam o desejável crescimento rápido para a indústria brasileira e que faziam com que<br />

o efeito ideal que ele (Meijide, 1957: 267) acreditava que se devia obter através da<br />

616 Os dados estatísticos relativos à exploração petrolífera no Brasil (Meijide, 1957: 246-51) eram, no<br />

momento da publicação de Brasil, la gran potencia del siglo XXI, bastante atuais. Foram tomados do livro, de<br />

J. L. Peña Suárez, El petróleo en Hispanoamérica [Madrid, 1953].<br />

617 No cap. VIII Meijide (1957: 267) estima que a pobreza brasileira em fontes de energia criava o talão de<br />

Aquiles do país: “no se produce petróleo en plan comercial, escasea el carbón y el poco que se extrae es de<br />

mediocre calidad, y la energía de origen hidráulico se encuentra insignificantemente aprovechada”.<br />

618 Meijide (1957: 273-74) aponta que, apesar de o Brasil contar com uma potente indústria do algodão, esta<br />

poderia ser melhorada mediante a modernização da maquinaria empregada na cultura e nos cotonifícios, e<br />

mediante o aprimoramento da mão-de-obra, qualificada pelo autor de insatisfatória. No entanto, ele critica<br />

positivamente o labor desempenhado pelos trabalhadores que se dedicaram à indústria serícea e, sobretudo, o<br />

desempenhado pelos pequenos proprietários rurais de São Paulo e Rio Grande do Sul que se dedicaram à<br />

sericultura. Meijide especifica que eles eram, na sua maioria, imigrantes italianos e japoneses.<br />

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