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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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proletária – operários, ajudantes, mestres de obras e empreiteiros da construção de estradas<br />

–, áreas além do contorno da cidade, apesar deles trabalharem na construção dessa cidade.<br />

Todavia, a escolha, como corte histórico, do período de 1890 a 1930, embora anteceda o<br />

início das obras da construção da cidade e ultrapasse em décadas a sua inauguração,<br />

justifica-se pelo caráter simbólico dos anos que marcam os extremos do período: por um<br />

lado, 1890 e a consolidação da República, por outro, 1930 e a revolução do 24 de outubro.<br />

A abrangência do período faz com que o foco do estudo não sejam só os operários<br />

espanhóis que participaram na urbanização de Belo Horizonte, senão também os indivíduos<br />

que exerceram profissões nos serviços demandados por uma cidade: a educação, da que se<br />

encarregaram alguns religiosos espanhóis, o comércio e a indústria. Já na introdução,<br />

Renato de Assumpção e Silva, embora não mencione as fontes que lhe permitem elaborar o<br />

seu juízo, desenvolve categoricamente uma representação dos imigrantes espanhóis que<br />

estará presente ao longo de todo o seu trabalho:<br />

Os espanhóis que vieram para Minas Gerais, mais especificamente para Belo Horizonte, no início da<br />

República eram, na maioria, oriundos de regiões pobres, semi-analfabetos ou analfabetos. Pobres,<br />

muito pobres mesmo, aproveitavam a facilidade das passagens gratuitas fornecidas pelo governo<br />

brasileiro, ou por ele financiadas, para tentar a sorte em um novo país [...] Enfim, em decorrência da<br />

região de origem do imigrante espanhol, ele manteve muito pouca ou nenhuma correspondência com<br />

os parentes e amigos na Espanha. Tinha pouco contato com a mãe-pátria e quase não recebia jornais,<br />

revistas ou outras notícias de lá, a não ser esporadicamente. Na maioria das vezes, eram notícias<br />

provindas de parentes ou amigos da mesma aldeia ou região, que ingressavam apenas aos<br />

correspondentes, como quem casou com quem, quem morreu, como está fulano (Silva, 2002: 12-13).<br />

Na sua dissertação, o autor frisa a escassez de estudos sobre a imigração espanhola<br />

no Brasil, em geral, e, em Belo Horizonte, em particular, e menciona a dispersão e<br />

desorganização das fontes de dados para quem se interesse por essa temática. O autor<br />

dedica umas linhas da introdução ao levantamento do estado da questão, em que afirma:<br />

Na verdade, só existem dois trabalhos sobre os espanhóis em Belo Horizonte: um do professor<br />

Valentin Bahillo Cuadrado e outro, uma publicação sobre os noventa anos do Grêmio Espanhol,<br />

editado por uma comissão interna. Mesmo no Centenário da Capital nada se fez em termos de<br />

estudos sobre a imigração espanhola. Sobre a imigração para Minas Gerais há apenas um livro, a tese<br />

de livre-docência da Professora Norma de Góes Monteiro, da Universidade Federal de Minas Gerais<br />

(UFMG), único de natureza acadêmica, editado em 1973, em que se fala um pouco sobre os<br />

espanhóis (Silva, 2002: 13-14).<br />

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