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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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de excursões instrutivas, isto é, de viagens de estudo a granjas, fazendas, fábricas, estabelecimentos<br />

comerciais, instituições de ensino e centros de saúde que permitam entender o modo de vida da população<br />

nativa. Assim, em Viçosa ele foi visitar a Escola Superior de Agricultura e lavrou as suas impressões em<br />

relação a ela. Justificou essa escolha como se segue: “En mis visitas a las grandes haciendas y explotaciones<br />

agrícolas trabara relación con técnicos de vasta cultura formados en Viçosa. Más de una vez escuchara<br />

referencias a las directrices de cultivo propagadas por ese Centro. Se me aseguraba que de Viçosa partieran<br />

las normas de la reorganización agronómica del Estado de Minas Gerais. [...] Fue creada en 1920. Responde a<br />

la conducta permanente del Estado de Minas de incrementar la cultura del país y de capacitar ciudadanos para<br />

la explotación de las riquezas inagotables de su suelo. Por eso cada día surge en Minas Gerais una estación<br />

experimental, un instituto de cultivo, un campo de simientes, una escuela de aprendices, una granja modelo”<br />

(Casais, 1940: 172). O “turismo moderno” que Casais pratica deixa-o tão satisfeito quanto o “turismo<br />

superficial”. Ambos o deleitam; nas suas experiências enquadráveis em ambas as “categorias” tudo o que ele<br />

enxerga e conhece lhe causa satisfação, mas o que ele descobre fazendo parte da primeira categoria acentua a<br />

sua admiração pelo desenvolvimento que atingia o Brasil. As suas conclusões a respeito da Escola Superior de<br />

Agricultura conformam uma louvação a ela: “Rara vez en obras de enseñanza los resultados se palpan<br />

inmediatamente. La Escuela Superior de Agricultura de Viçosa es una excepción. El Gobierno puede<br />

vanagloriarse de ello. Los efectos prácticos, tangibles, de Viçosa se ven en las haciendas. Desaparece la rutina<br />

y prepondera la técnica. Los productos mineros, de cosecha en cosecha más perfeccionados, vencen en los<br />

mercados. Algunos, importados antes del extranjero, salen ahora perfeccionados de las investigaciones y<br />

experiencias de la Escuela y benefician a todo el país; por ejemplo los aceites y éteres de chalmoogra. Pero<br />

hay todavía un resultado más apreciable porque tiene un alto valor moral y educativo y corrobora la eficiencia<br />

de las cátedras de Viçosa: los alumnos matriculados son, en su mayor parte, hijos de agricultores rurales”<br />

(Casais, 1940: 173-74). A Teophilo Ottoni chegará procedente de Viçosa, com o intuito de conhecer as lavras<br />

de pedras semipreciosas, sobretudo águas-marinhas, a sua lapidação e o seu comércio. Como conseqüência da<br />

sua estadia instrutiva no município de Teófilo Otoni, Casais vai além da simples louvação que acostuma fazer<br />

sobre o que conhece durante as suas viagens e acaba redigindo uns apontamentos nacionalistas brasileiros<br />

sobre o comércio das pedras preciosas. Em, primeiro lugar, menciona que a maior parte das águas-marinhas é<br />

exportada para Alemanha, comércio que motivou o assentamento de muitos compradores alemães no<br />

município e a criação de um bairro residencial onde eles se concentraram, o bairro dos alemães. A partir<br />

desse apontamento, expressa que ainda bem que uma parte do lucro gerado pelo comércio das pedras ficava<br />

no país, pois, com freqüência, tanto as riquezas naturais do Brasil quanto os benefícios da sua exploração iam<br />

para o exterior (“Con el comercio de piedras hiciéronse grandes fortunas. Menos mal cuando una parte del<br />

lucro quedó en el país hospitalario que, de brazos abiertos, acoge a los explotadores de sus riquezas; porque<br />

en otros casos, y no los menos, emigraron los dineros y las gemas”, Casais, 1940: 177). Casais evita o uso do<br />

termo imigrantes e, de forma velada, qualifica os alemães dedicados ao comércio das águas-marinhas em<br />

Teófilo Otoni de exploradores. Eles seriam, assim, estrangeiros que chegavam ao Brasil com o intuito de<br />

enriquecer-se com o comércio para voltar ao seu país com o capital acumulado nessas transações. Todavia,<br />

matiza que, no caso em que esses exploradores estrangeiros se fixavam no país em que comercializavam,<br />

investindo no país uma parte das vantagens que conseguiam, o mal era menor, embora, de todas as formas, o<br />

garimpeiro nacional fosse quem mais se sacrificava e menos dividendos obtinha. Por isso ele exclama “¡Pobre<br />

garimpeiro!” e expõe que não seria de estranhar que o governo acabasse nacionalizando o comércio das<br />

pedras preciosas (“Y aún habrá quien se queje si un día el Gobierno se decide a nacionalizar rigurosamente el<br />

comercio de las piedras preciosas”). Conclui a sua valorização acerca dos conflitos gerados pelo comércio das<br />

águas-marinhas em Teófilo Otoni reproduzindo com relutância uma anedota em que a esperteza do caboclo<br />

vence a cobiça do explorador estrangeiro: “Escuché con malévola complacencia este relato verídico: cierto<br />

comprador alemán, ducho en el comercio de aguamarinas, recibió en mala hora la oferta de un ‘garimpeiro’<br />

que le presentaba un buen lote de piedras azules, de esas que raramente se dejan ver. Sometidos a la lámpara<br />

aquellos pedruscos rodados, sucios de tierra, el análisis comprobó tratarse de riquísimas piezas de un colorido<br />

poco común. Ajustado el precio, el vendedor cobró su importe y el intermediario tudesco cuanto más<br />

examinaba las aguamarinas, más se sentía convencido de haber realizado el mejor negocio de su vida. Fueron<br />

las piedras a Alemania. Al ser quebradas para laminar, súpose ¡oh decepción! Que el color de dentro era<br />

palidísimo y el azul no pasaba de la corteza. Los cantos rodados fueran hábilmente teñidos, por un<br />

procedimiento tan original que los ácidos no atacaban la pintura. Supónese que fue utilizado algún secreto de<br />

los indios. Hay caboclos que saben latín” (Casais, 1940: 178).<br />

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