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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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contente”, caracterizada por uma abundância que satisfaz todas as necessidades. Nesse<br />

sentido, segundo Casais (1942b: 51), o viajante, além de sentir que entra em uma cidade<br />

que deslumbra pela sua claridade e que maravilha por um céu azul “sui generis”, percebe,<br />

pela riqueza agrícola que observa em volta dele, que em Cambuquira é possível uma “Vida<br />

nova”: “Porque em Cambuquira não há dias turvos nem manhãs tristes. É a pequena cidade,<br />

otimista e alentadora de energias, onde as forças naturais impelem ao bem-vindo e recémchegado<br />

a uma vida nova”. A riqueza de Cambuquira também é notada por Cassais na<br />

crescente arrecadação orçamentária da prefeitura, “quadruplicada nos últimos vinte anos”, e<br />

na duplicação do número de visitantes nos últimos cinco anos. Além disso, ele crê que a<br />

“Colônia de férias” para funcionários públicos que acabava de ser instalada iria animar a<br />

vida de cidade “durante todos os meses do ano”. Dentre as excursões que se podem fazer de<br />

Cambuquira, recomenda aos turistas a ida até o município de Campanha, sede episcopal,<br />

“tesouro de tradições e coisas mortas” em que se pode visitar a velha Catedral,<br />

“infelizmente remoçada em seu exterior”, e o Museu Municipal “louvável esforço das<br />

autoridades locais” (Casais, 1942b: 54). Apesar do parecer encomiástico de Casais a<br />

respeito de tudo o que conheceu de Cambuquira e da sua região, lança uma crítica – a sua<br />

única crítica no tocante a Cambuquira – em relação à distribuição comercial, fora do<br />

município, das águas minerais, segundo ele, muito mal gerenciada: “Por uma falta absoluta<br />

de publicidade, mal são engarrafadas e exportadas as águas. É difícil encontrar num<br />

restaurante a água de Cambuquira. A exportação do último ano não alcançou sequer a<br />

quarta parte da conseguida em alguns anos anteriores” (Casais, 1942b: 56).<br />

Depois de Poços de Caldas, Lambari é o município balneário mineiro em que mais<br />

se detém José Casais. No meio da narração sobre as suas impressões acerca dos itinerários<br />

que se podem seguir caso se deseje passear pelo município, concretamente ao se referir ao<br />

passeio chamado “A Volta da Mata”, o autor, por primeira vez em Roteiro balneário,<br />

identifica-se. O Prof. Casais dá-se a conhecer como “veranista”:<br />

Para mim é dos melhores que nos oferece Lambari. Sou do grupo dos veranistas que se ressentem de<br />

algo essencial no dia em que não praticam esse passeio ameníssimo, penetrando uma selva<br />

perfumada por infinitas flores, cheias de borboletas multicolores e do alto de cujas árvores<br />

milenárias, pássaros das mais raras espécies cantam em saudação ao visitante.<br />

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