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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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constitucionalistas que consideravam a José Bonaparte o monarca que permitiria o<br />

estabelecimento na Espanha de um regime liberal e democrata. A segunda seria a resultado<br />

da vitória dos absolutistas e abrangeria todo o reinado de Fernando VII. A terceira seria<br />

conseqüência das guerras entre os carlistas e as “esquerdas”, defensoras do liberalismo e<br />

constitucionalismo, encarnado por Dona Maria Cristina. Após a derrota dos carlistas, em<br />

uma quarta etapa surgiria o enfrentamento, durante o Reinado de Isabel II, entre a bandeira<br />

progressista – as esquerdas – e a bandeira moderada – os conservadores –. Nesta etapa<br />

poder-se-ia haver iniciado um processo de modernização da Espanha através do partido<br />

União Liberal, mas isso não foi possível devido à normalização do estado de guerra no<br />

Reino. A guerra que impede a realização das reformas pretendidas pela União Liberal é<br />

assim entendida por Las Casas:<br />

A guerra – facilidade de promoções, falta de legalidade, oportunidade para toda audácia, desdém pela<br />

personalidade humana, rápida ascensão de soldados afortunados, violência, combatividade, etc. –<br />

cria um clima no qual são impossíveis a transigência social, a convivência proveitosa e harmoniosa<br />

dentro da lei (Las Casas, 1937a: 78).<br />

Em uma quinta etapa, logo da saída da Espanha de Isabel II, Las Casas situa o<br />

enfrentamento entre “as direitas” empenhadas em salvar a monarquia, agrupadas em torno<br />

do duque de Montpensier, e “as esquerdas”, desejosas de proclamar a República. Las Casas<br />

considera, portanto, que na circunstância de La gloriosa está a gênese das “direitas” e das<br />

“esquerdas” que ocasionarão a revolução de 1936. Ele acredita que, em relação à política, a<br />

sociedade espanhola de meados do séc. XIX pode-se dividir em três planos ”perfeitamente<br />

visíveis” (Las Casas, 1937a: 79-81). O plano superior engloba os generais e os políticos<br />

profissionais; trata-se de um plano “falto de toda ética, sem critério fixo, sem fé, sem ideal,<br />

sem convicção”, em que os seus agentes só desejam se fixar em posições hierarquicamente<br />

vantajosas que lhes permitam o aumento dos seus ordenados e o reconhecimento da sua<br />

autoridade. Como os integrantes desse plano almejam, unicamente, fortuna, não se<br />

importam com as imposturas e transitam, segundo a conveniência, entre posições<br />

ideológicas, a priori, antagônicas. O segundo plano é o plano da veemência e do fanatismo<br />

ideológico e, em decorrência disso, da intransigência com os que opositores, frente aos que<br />

só cabe a sua eliminação física. Formam-no “os soldados, os escritores, os empregados, a<br />

classe média daquela Espanha” que se dividem em “direitistas” e “esquerdistas”:<br />

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