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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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clima e as condições do terreno são promissoras”, e conhece o projeto para o<br />

estabelecimento de uma estação de cura de uvas. Casais diz ter gostado de todos os tipos de<br />

vinhos produzidos em Parreiras – Riesling, Montanhês, Caldense e Catu – excluindo o<br />

“Folha de Figo”, que qualifica de peleón [“(de briga) como diriam na Espanha”] por ser<br />

demasiado “grosso” e que só recomenda beber se for rebaixado<br />

Caxambu é apresentada por Casais como a estância hidro-termal mais conhecida da<br />

Serra da Mantiqueira, situada em “uma das zonas mais ricas do Estado mineiro”. Das suas<br />

águas diz que “Raro será encontrar um brasileiro” que não as tenha experimentado e que<br />

são servidas “nos melhores restaurantes do Continente” (Casais, 1942b: 37). Do mesmo<br />

modo que fizera ao retratar o município balneário de Poços de Caldas, em relação a<br />

Caxambu Casais também procede a exaltar os múltiplos fatores da modernidade dos quais<br />

se pode desfrutar, dentro de um ambiente social tranqüilo, na cidade:<br />

Caxambu está muito bem aparelhada. Fontes, balneário, engarrafamento, exportação da água, tem<br />

todas as condições requeridas pela ciência e pela técnica. Chegou-se à perfeição.<br />

Seu parque notável e senhorial, conserva a hierarquia de antanho. Não desdiz da linhagem e tradição<br />

dos mananciais que abriga.<br />

Cidade moderna, com todos os adiantamentos do urbanismo e da higiene pública realizados, é<br />

Caxambu lugar sossegado, tranqüilo, familiar, eminentemente familiar. Percebe-se esse ambiente nas<br />

ruas, nos hotéis, no Parque. Quem goste da vida buliçosa dos balneários cosmopolitas, não vá a<br />

Caxambu (Casais, 1942b: 39).<br />

Deste município, Casais frisa, sobretudo, os serviços higiênicos – limpeza e<br />

arborização das ruas, rede de esgoto, canalização da água potável –, a iluminação pública, a<br />

preservação do meio ambiente, o clima e a situação geográfica, que permite realizar<br />

excursões por uma região muito bela. Uma das possíveis excursões recomendadas por<br />

Casais é a ida até o tradicional município de Baependi, onde se pode visitar a ermida de<br />

Montserrat, mandada erguer pelo bandeirante – capitão-mor Tomé Rodrigues Nogueira do<br />

Ó – que, nessa localidade, instalara, em 1715, o engenho a partir do qual se constituiu o<br />

arraial que originaria o município. Além da visita a essa ermida absorvida pela igreja<br />

paroquial, Casais recomenda a visita à matriz de Baependi, da qual destaca a original<br />

ornamentação que ela recebeu em finais do séc. XIX, descrita e qualificada por Casais<br />

como “mais que nacional, regional e local”: “São sempre derivados daqueles campos,<br />

daquelas maravilhosas florestas. Aparecem a folha da vide, os cachos de uvas, as bananas,<br />

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