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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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era um país propício para os poetas pelo “dulce idioma” e pela “joyante naturaleza”,<br />

produzindo-se, em decorrência dessa motivação, uma poesia sensual em que se percebia<br />

“un constante batir de caricias”. Dentre os críticos literários destacou a Duque Estrada e,<br />

dentre os poetas, a Olavo Bilac, sobre quem Jiménez julgava um erro considerá-lo um<br />

parnasiano em vez de um romântico. Parnasiano seria, no parecer de Jiménez, Machado de<br />

Assis. O único título de um livro de poemas que menciona Jiménez é Angustia de Don<br />

Juan, de Menotti Del Picchia (1922) – “una versión del donjuanismo que coincide con la<br />

figura del Don Juan del Norte” –. Sobre as vanguardas em Ibero-América, e no Brasil em<br />

particular, ele opina que a maior parte da sua produção carecia de interesse por ser uma<br />

imitação de “nula originalidad” e “dudoso gusto” de modelos franceses e espanhóis (“Los<br />

vanguardistas del coro sólo copian los renglones sin rima y el desfile de palabras impresas<br />

en escalones” Jiménez, 1928: 62). Diz Jiménez que, quando esse seu parecer a respeito do<br />

modernismo brasileiro foi divulgado através de uma entrevista que ele dera a La Gaceta<br />

Literaria e que se publicou aos 15 de outubro de 1927, Ernesto Giménez Caballero recebeu<br />

uma missiva de Clodovaldo M. Mariondes, na qual se protestava contra a visão que ele<br />

dava do campo literário brasileiro 79 . Jiménez de Asúa, não retifica o seu parecer, mas<br />

amplia-o e matiza-o, por acreditar que o veículo da entrevista não permitira a exposição de<br />

especificações sobre o panorama da produção literária vanguardista que ele conhecera,<br />

citando, desta vez, os autores que ele valorizava e assinalando algumas características da<br />

sua obra. Assim, além de reconhecer que, dentre os autores incluídos por Mariondes na<br />

79 Jiménez de Asúa (1928: 62-63) reproduz o conteúdo da carta de Clodovaldo M. Mariondes, remetida a<br />

Giménez Caballero, a propósito dos seus comentários sobre o modernismo brasileiro, supostamente<br />

difamadores, ou, quando menos, depreciativos, na visão do remetente, em relação à qualidade da produção<br />

vanguardista no Rio e em São Paulo na década de 1920: “Con frases breves, por demás dogmáticas, como<br />

correspondía a una entrevista de periódico, dije algo parecido a mis amigos de La Gaceta Literaria. La síntesis<br />

de mis impresiones, recogida con premura, apareció el 15 de Octubre del pasado año, ocasionando algunos<br />

petardos contra mis pareceres. Jiménez Caballero, que dirige la Revista bimensual, recibió una carta<br />

pretendidamente correctora de mis supuestos yerros. Estos párrafos de ahora sirvan de archicumplida<br />

respuesta al Sr. Clodovaldo M. Mariondes, autor de la epístola. Me reprocha que enjuicie a los vanguardistas<br />

sin citarles. Subsano ahora, con más espacio ante mí, lo que hubiera sido quimérico en la columna escasa de<br />

La Gaceta Literaria. Me parece lo menos expuesto a error reproducir el pertinente párrafo de la carta del Sr.<br />

Mariondes: ‘Hay en el Brasil, desde 1920, un movimiento intelectual paralelo al de todas las vanguardias<br />

americanas y europeas. Un grupo de escritores... viene desde esa fecha agitando y dando vida a la literatura<br />

brasileña con libros, revistas, conferencias, artículos que pueden parecer de mal gusto a Asúa, de la misma<br />

manera que el superrealismo o el expresionismo. Pero no era lícito, a pretexto de mal gusto, substraer al<br />

examen del público español la acción y las obras de escritores como João Ribeiro, Graça Aranha, Oswald de<br />

Andrade, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Guilherme de Almeida,<br />

Ronald de Carvalho, Tristão de Athayde, Rubens de Moraes, Plínio Salgado, Augusto Meyer y Álvaro<br />

Moreyra, para no hablar sino de los más conocidos. ¡Complacido señor!’”.<br />

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