26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

industriales o bancarias dejan de producir pingües ganancias. Constituyen un “cuerpo demográfico<br />

deforme – diría Livio Livi – con atrofia del sentimiento del deber social”, pues carecen de<br />

sensibilidad afectiva hacia el ambiente que explotan y que, aparentemente, benefician.<br />

Los beneficios reales, en verdad, los perciben ellos. Y bien se puede decir que, en lugar de<br />

inmigración de capitalistas, se trata de inmigración de capitales, seguida de emigración de utilidades<br />

(Licurzi, 1945: 10-11).<br />

Observa-se que, para Licurzi, o que caracteriza o imigrante desejado pelo país<br />

receptor não é o só a sua dedicação ao trabalho, senão a conveniência dessa dedicação ao<br />

trabalho. O imigrante, para ser aceito e protegido, tem que produzir em benefício da nação<br />

que o acolheu e deve subordinar as suas aspirações de enriquecimento pessoal aos<br />

interesses da nação que só permite a sua presença porque precisa do seu trabalho. Isto é, o<br />

imigrante, além de um trabalhador esforçado e humilde, tem que ser conveniente 68 . A<br />

preocupação de Licurzi com a adequação sanitária dos imigrantes parte da sua inquietude<br />

para estabelecer critérios de idoneidade para o melhor rendimento desses sujeitos no<br />

trabalho:<br />

En los primeros tiempos casi todo inmigrante sufre el juego de una especie de ambivalencia psíquica,<br />

durante la cual resulta difícil su adaptación al trabajo y al medio, y a la vez se puede malograr buena<br />

parte de sus aptitudes y su porvenir económico-social. Al mismo tiempo que emprende anheloso una<br />

68 No início da imigração européia no Brasil, as expectativas colocadas sobre o trabalhador estrangeiro<br />

centravam-se na comprovação da sua conveniência para a substituição da mão-de-obra escrava na lavoura das<br />

fazendas. Entre os primeiros contratadores, responsáveis dos negócios agropecuários, houve o propósito de<br />

aplicar aos imigrantes um tratamento semelhante ao dos africanos. Em conseqüência disso, até a década de<br />

1920 denunciaram-se abusos. Publicaram-se reportagens e livros de memórias com vistas a que os candidatos<br />

a migrar reconsiderassem se as contrapartidas compensavam a estadia fora do seu país. O primeiro<br />

testemunho de grande repercussão de um imigrante magoado pelo maltrato recebido e, portanto, pela<br />

frustração do seu projeto no Brasil foi o que Thomas Davatz divulgou nas suas Memórias de um colono no<br />

Brasil, publicadas em alemão, em 1858, em Chur (Suíça) (Davatz, 1941). Um exame geral da situação da<br />

imigração européia no Brasil está contido no livro Voyage au Brasil, publicado, em 1868, pelo paleontólogo<br />

suíço Louis Agassiz junto à sua esposa Mme. Agassiz. Eles basearam-se na sua viagem científica que fizeram<br />

pela região amazônica, de abril de 1865 a julho de 1866. Nós consultamos a terceira edição, de 1882, uma<br />

edição popular, resumida, lançada pela Librairie Hachette, de Paris. No final da obra, os autores fazem a<br />

seguinte consideração sobre os problemas da imigração no Brasil: “Aussi a-t-il fait des tentatives pour appeler<br />

à lui la population européenne; mais ses essais n’ont été sérieusement entrepris, avec une certaine énergie, que<br />

vers l’année 1850, après que la traite des nègres eut été réellement abolie et lorsqu’il fut devenu impossible<br />

de’importer des bras de l’Afrique. Malheureusement, dans cette entreprise, le gouvernement et les planteurs<br />

poursuivaient un objet différent. Le premier voulait avec la plus entière bonne foi, créer une population de<br />

travailleurs et une classe de petits propriétaires. Les fazendeiros, au contraire, accoutumés à exploiter le<br />

travail servile et forcé, ne songeaient guère qu’à compléter leurs ateliers en substituant les Européens aux<br />

Africains. De terribles abus en résultèrent: sous prétexte de’avances faites pour payer leur passage, de pauvres<br />

émigrants, et principalement les Portugais ignorants des Açores, devenaient virtuellement la propriété des<br />

fazendeiros, en vertu d’un contrat qu’il leur était ensuite presque impossible de rompre. Ainsi furent<br />

discréditées les tentatives faites par le gouvernement pour coloniser l’intérieur; mais ces iniquités, pratiquées<br />

sous prétexte d’immigration, ne peuvent plus désormais se produire” (Agassiz, 1882: 261-62).<br />

95

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!